Economia

Semapa se une a fundos para comprar ativos da PT

Os fundos de investimentos Apax Partners e Bain Capital confirmaram nesta quinta-feira, 27, parceria com a portuguesa Semapa, do empresário Pedro Queiroz Pereira, para fazerem uma oferta conjunta para a Oi pela operadora Portugal Telecom (PT). A proposta, já com garantia de financiamento, deve ser apresentada nesta sexta-feira.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, antecipou na quarta-feira que os três negociavam o consórcio. De acordo com comunicado divulgado pela Semapa na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a xerife do mercado de capitais português, foi feito um memorando de entendimento entre os três na quarta-feira. A participação da Semapa no investimento não está fechada, mas ficará entre 5% e 10%.

Os comitês de investimentos dos fundos, situados em diversos países, trabalhavam hoje na aprovação da oferta final, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” uma fonte envolvida nas negociações. Esse ponto, que consta como pré-requisito na oferta preliminar, não é visto como um empecilho pelos fundos. A oferta inicial apresentada à Oi foi de 7,075 bilhões de euros.

A Semapa atua com a gestão indireta de participações em três áreas de negócios: papel, por meio do grupo Portucel, cimentos e derivados, com participações no Grupo Secil, e ambiente, pelo ETSA.

Os investidores do grupo português reagiram negativamente à parceria. O motivo foi a expectativa de a empresa reduzir participação no Portucel para se financiar. O diretor financeiro da Semapa, José Miguel Paredes, disse hoje que não será necessário vender ativos ou aumentar a sua dívida, de acordo com a imprensa de Portugal.

Propostas

A Oi já tem duas propostas pela operadora PT nas mãos e pode sinalizar a preferida amanhã, uma vez que tem pressa em aprovar a operação para levantar recursos. O grupo europeu Altice foi o primeiro a apresentar, no início do mês, uma oferta pelos ativos portugueses da tele brasileira, por 7,025 bilhões de euros. Depois de oito dias, veio a proposta dos fundos de investimentos. Ambos condicionam o pagamento de duas parcelas de 400 milhões de euros a resultados futuros.

Uma diferença significativa das propostas é que a da Altice já é garantida, chamada oferta firme, enquanto os fundos informaram à época que a proposta final teria que passar por seus comitês de investimentos. A oferta que será feita amanhã será firme. Além disso, seria preciso levantar a garantia de financiamento. Os fundos já garantiram financiamento de 70% da oferta com o Barclays, banco líder, Bank of America Merrill Lynch e UBS. Os outros 30% são de recursos próprios.

Após a venda da operadora Portugal Telecom, a Oi irá se concentrar no movimento de consolidação do setor de telecomunicações do País. Os cenários possíveis até o momento são do fatiamento da participação da Telecom Italia na TIM pela Oi, Vivo e Claro. Outra opção é uma fusão entre TIM e Oi, ou a aquisição da tele brasileira pela Telecom Itália.

Correios de Portugal

Em meio à divulgação na imprensa portuguesa de que os Correios de Portugal (CTT) fechariam parceria com os dois fundos para fazer oferta pela PT, a empresa divulgou comunicado em que nega as informações.

“Os CTT não irão participar em qualquer proposta firme conjunta com os ditos fundos (Apax e Bain) por referência à aquisição da PT Portugal, nem estão a considerar qualquer tipo de investimento de capital na PT Portugal, pelo que as notícias hoje divulgadas não correspondem à realidade”.

A empresa portuguesa diz ainda que, “no âmbito do desenvolvimento da sua estratégia e para potenciar as alavancas de crescimento divulgadas, continua a equacionar a celebração de acordos com potenciais parceiros da área de telecomunicações (incluindo a PT Portugal ou os seus potenciais compradores), visando a potenciação de sinergias”. Os CTT não deixam claro qual seria esse tipo de parceria.

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