Pioneiro na reabilitação de cidadãos em situação de sofrimento psíquico ou com transtornos mentais, por meio da geração de trabalho e renda, convivência e cultura, o Tear, que hoje é referência nacional no assunto, comemorou nesta quarta-feira (22) seu 15º aniversário com Seminário e abertura de Exposição. Mais de 250 pessoas, incluindo representantes do município e de cidades como São Paulo, Suzano, São Caetano do Sul, Campinas, Valinhos e Curitiba, participaram do evento, no Adamastor Centro.
Com o tema #tearfazendohistória, esse serviço que compõe a Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde deu início à programação comemorativa com um café da manhã e a apresentação Flash Mob (Maracatu) para abertura da Exposição. Na sequência, foi exibido um vídeo, com depoimentos de cidadãos atendidos pelo Tear e de pessoas que atuam no serviço, contando como esse trabalho transformou a vida de cada um nesses 15 anos de trajetória na cidade.
Após uma intervenção poética com acompanhamento musical, teve início a Mesa de debates: Desafios e perspectivas da Saúde Mental e a Economia Solidária. Ana Aranha, da Universidade de São Paulo, abriu os trabalhos falando sobre avanços e desafios. “Um avanço já é o encontro intersetorial entre a Saúde Mental e a Economia Solidária. Nunca antes nesse país havia sido implantada uma iniciativa deste porte e envergadura. Nosso desafio é defender e preservar o SUS”, explicou.
Também formaram a mesa de debates, mediada pela gerente do Tear, Denise Castanho Antunes, Leonardo Pinho, da Unisol Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários); Viviane Anze, do Ministério do Trabalho e Emprego; e Telma Cardia, secretária do Trabalho de Guarulhos.
Viviane Anze destacou a experiência da rede de Saúde Mental no campo da Economia Solidária como possibilidade para alcançar sociedades mais inclusivas, em consonância com os objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU. Ela também defendeu um marco jurídico mais robusto para custear uma bolsa auxílio às pessoas assistidas por serviços como o Tear, para que não fiquem somente refém da renda com a comercialização dos produtos.
Assim como Ana Aranha, Léo Pinho enfatizou o encontro histórico entre Economia Solidária e Saúde Mental. Ele parabenizou o Tear pelo pioneirismo e inovação nessa área e lembrou que o sentido do SUS e da Reforma Psiquiátrica é promover qualidade de vida. “O Tear é uma tecnologia social produzida por atores da Saúde”, disse. Telma Cardia, por sua vez, falou que a Economia Solidária é o caminho para a justiça social e a inclusão.
Mais atividades
O Seminário comemorativo dos 15 anos de atuação do Tear na cidade ainda teve Painel Experiências da Rede de Saúde Mental e Economia Solidária, com participação de outras cidades além de Guarulhos, atividade cultura, musical e a abertura da exposição, que fica à disposição do público, gratuitamente, até o próximo dia 26. A mostra retrata a trajetória de desse serviço da Rede de Atenção Psicossocial da Prefeitura, que em nove oficinas de trabalho, bem como no espaço cultural denominado multiforme, vem reafirmando o potencial produtivo e criativo dos participantes.
Todos os produtos confeccionados nas oficinas do Tear – Culinária, Encadernação, Jardinagem, Marcenaria, Mosaico, Papel Artesanal, Serigrafia, Tear & Costura e Vitral – são comercializados, sendo que parte da renda é revertida para a compra de materiais utilizados no processo de produção e, o restante, é dividido entre os assistidos, em forma de uma “bolsa-auxílio”.
As pessoas interessadas em adquirir os itens fabricados nas oficinas podem escolher os produtos no site www.projetotear.org.br e solicitar orçamento, bem como visitar a loja do Tear, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17 horas, na rua Silvestre Vasconcelos Calmon, nº 92, na Vila Moreira. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 2409-2200 ou 2475-1758.