A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública, anunciou nesta terça-feira, 29, por meio de uma nota divulgada em seu site, que a Qatar Airways terá 10 dias para se explicar quanto a sua possível conduta discriminatória contra pessoas obesas.
A nota da Senacon informa que o órgão está investigando se de fato houve discriminação no episódio da terça-feira passada, 22, na qual a Qatar havia impedido uma cliente de embarcar em um voo no Líbano, por ser "demasiadamente gorda", segundo relatos nas redes sociais da passageira e reportagens publicadas em diversos veículos.
"Dentre outras informações, a Senacon pede esclarecimentos sobre quais são as medidas operacionais que foram ou estão sendo adotadas para eliminar situações como essa, além da política praticada pela empresa direcionada a passageiros obesos", conclui a nota.
<b>Relembre o caso</b>
A modelo e plus size e influenciadora digital Juliana Nehme tentava embarcar em uma viagem de volta do Líbano, país onde a mãe nasceu e que sonhava conhecer. Por cinco anos, ela economizou para conseguir arcar com os custos da viagem, mas, ao tentar voltar ao Brasil, foi impedida, segundo ela, por ser gorda. O relato foi compartilhado por ela por meio de stories do Instagram.
Segundo a modelo, a companhia aérea Qatar Airways, por onde comprou o voo de volta, queria obrigá-la a comprar uma passagem na classe executiva.
A influenciadora ainda alegou ter sido ameaçada e empurrada por uma funcionária ao tentar registrar a situação.
Após duas horas tentando negociar com a companhia, a irmã e o sobrinho conseguiram embarcar, mas ela e a mãe continuam no país. "Fui extremamente humilhada na frente de todas as pessoas que estavam no aeroporto. Tudo isso porque sou gorda", escreveu.