O Senado aprovou, por 72 favoráveis a 2 contrários, o nome do deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR) para o Tribunal de Contas da União (TCU). O parlamentar ocupará a vaga deixada pela ministra Ana Arraes, que se aposentou em julho do ano passado. A decisão segue para promulgação.
A indicação do parlamentar foi aprovada na quinta-feira, 2, na Câmara dos Deputados, e contou com o aval do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar, que precisava do apoio da maioria simples no plenário, teve 239 votos.
Aos 39 anos, o deputado poderá ficar mais de 36 anos no TCU – atualmente, ministros da Corte se aposentam compulsoriamente aos 75 anos. Conforme mostrou o <i>Broadcast Político</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, parte do descontentamento com o nome de Jesus para a vaga se deve ao fato de que, com isso, somente daqui mais de 35 anos, a Câmara poderá fazer outra indicação ao cargo – considerando que o deputado seja avalizado e permaneça por todo o período no posto.
Também houve desconforto em relação ao nome de Jesus porque ele e seu pai, Mecias de Jesus, são apontados como responsáveis por indicações de diretores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), que já foi alvo de investigação da Polícia Federal por fraude em compra de remédios, o que deixou crianças indígenas sem medicação.
A indicação de Jesus para o TCU foi uma promessa de Lira ao Republicanos ainda no final de 2020, nas negociações para a primeira eleição do deputado alagoano como presidente da Câmara.
O TCU é composto por nove ministros. Seis vagas são preenchidas pelo Congresso – metade para cada Casa. Outros dois nomes são indicados pelo presidente da República entre ministros-substitutos e membros do Ministério Público junto ao TCU. Já o nono é escolhido pelo presidente da República, escolha essa que deve ser aprovada pelo Senado.