O Senado dos Estados Unidos aprovou, no início da madrugada desta quarta-feira, 20, o projeto de lei que reforma o sistema tributário do país. O corte de impostos deve chegar a US$ 1,5 trilhão em dez anos, na maior revisão estrutural desde 1986. A votação não contou com a presença do senador republicano John McCain (Arizona), que se recupera de um tratamento de câncer. Nenhum democrata votou a favor da medida.
Com a aprovação, o projeto volta para a Câmara, que realizará uma nova votação ainda nesta quarta-feira. Os deputados aprovaram a reforma na terça-feira, 19, por 227 votos a 203. O projeto vai retornar à casa porque o senador independente Bernie Sanders (Vermont) revelou que o texto trazia três dispositivos que feriam regras do Senado. Foi preciso então que os senadores aprovassem a retirada desses pontos do texto – o que ocorreu pouco antes da votação final da reforma.
A proposta elaborada em conjunto por deputados e senadores do Partido Republicano corta o imposto corporativo dos atuais 35% para 21%, com implementação a partir de 1º de janeiro de 2018. As empresas “pass-through”, que são majoritariamente companhias de médio e pequeno porte, com um ou mais sócios, terão uma queda acentuada de impostos, com uma dedução de 20% para todas aquelas cujos sócios ganham menos de US$ 315 mil. Acima desse nível, a dedução seria limitada a algumas empresas. Além disso, há a eliminação do Imposto Mínimo Alternativo (AMT, na sigla em inglês) para companhias.
Para pessoas físicas, a medida dos republicanos mantém as sete faixas de imposto de renda, que seriam de 0%, 10%, 12%, 22%, 32% e 55%. Já a faixa mais alta teria uma redução na alíquota dos atuais 39,6% para 37%. Além disso, a proposta contém a revogação da obrigação de que os americanos sejam obrigados a comprar seguro-saúde, como previsto no Obamacare.