Alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) usou a tribuna da Casa nesta terça-feira, 7, para negar que tenha ajudado uma paciente a furar a fila do SUS para realizar uma cirurgia. A investigação foi aberta há duas semanas por determinação do ministro Dias Toffoli, do STF, que atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República.
No discurso, o peemedebista – que foi candidato em fevereiro a presidir o Senado – negou que tenha ajudado a paciente Renata Gonçalves a obter uma cirurgia no aparelho digestivo. E aproveitou a oportunidade para criticar o que considera um vazamento “criminoso” do pedido para a imprensa antes de ele ter sido notificado oficialmente da apuração.
“É realmente intrigante que alguém tenha feito vazar para a grande mídia sorrateiramente um simples despacho de um nobre ministro do Supremo para fazê-lo ocupar espaço monumental na mídia, às vésperas do feriado da Páscoa, quando não tínhamos sessão aqui para eu poder contraditar, refutar, desmentir a falsa acusação que envolve aquela notícia ou pelo menos saber do que se tratava”, criticou ele.
O senador disse que o fato, classificado por ele como “infâmia, invenção, tramoia e chicana”, nunca ocorreu. Segundo Luiz Henrique, a pessoa supostamente beneficiada por ele teve a cirurgia paga por amigos e colegas em um hospital privado.
O peemedebista foi aparteado por 16 senadores durante o discurso. Parlamentares chegaram a defender que o caso seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “Alguma medida tem de ser tomada, porque, se nós estabelecermos passividade diante da grandeza desse tipo de agressão, a ela se sucederão muitas outras. Eu me associo ao seu pedido de providências, subscrevendo-o”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
