Neste domingo, 24, o senador norte-americano Marco Rubio classificou como "estúpido e contraproducente" o processo de impeachment contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O parlamentar republicano defendeu que o texto, já aprovado na Câmara e que precisa agora do aval do Senado, é prejudicial para os EUA. "Nós já temos um incêndio neste país e o julgamento seria como pegar gasolina e despejar em cima do fogo", disse o representante do Estado da Flórida em entrevista ao canal <i>Fox News</i>.
O impeachment de Trump aprovado por deputados na semana passada acusa o republicano de ter incitado a invasão do Congresso por apoiadores no dia 6 de janeiro. O texto será enviado na segunda-feira, 25, pela Câmara ao Senado, informou a presidente da Casa, Nancy Pelosi. Mas só será analisado pelos senadores na segunda semana de fevereiro, de acordo com o líder da maioria democrata no Senado, Charles Schumer.
Na entrevista deste domingo, Rubio atribuiu a Trump responsabilidade parcial pelo incidente no Capitólio que baseia o pedido de impeachment, mas afirmou que os parlamentares deveriam focar no que é prioridade no momento.
"Acho que o presidente é o responsável por parte do ocorrido. Foi certamente uma consequência previsível de tudo o que estava acontecendo", disse Rubio. "Mas o que argumento é que temos algumas coisas realmente importantes para trabalhar", completou o parlamentar.
Na mesma linha, outro senador republicano, Mike Rounds, afirmou que a possibilidade real de um impeachment contra Trump é "questionável".
Na análise do parlamentar, do ponto de vista da Constituição dos EUA, existem dúvidas se é ou não permitido o impeachment contra um ex-presidente. Por isso, considera que os "democratas terão dificuldades para aprovar o texto no Senado", disse em entrevista ao canal <i>NBCNews</i>.
A possível inconstitucionalidade da medida já foi defendida por outros representantes do partido republicano. Mas, na contramão dos seus correligionários, o senador e frequente crítico de Trump, Mitt Romney, disse neste domingo que concorda com a "a preponderância da opinião jurídica de que um impeachment após um presidente ter deixado o cargo é constitucional".
O republicano defendeu ainda a legitimidade da acusação contra o ex-líder dos EUA. "Eu acredito que o que está sendo alegado e o que vimos, que é um incitamento à insurreição, é uma ofensa passível de impeachment. Se não, o que é?", afirmou à <i>CNN</i> americana neste domingo.