Internacional

Senador republicano quer blindar investigação nos EUA sobre eleição de 2016

O senador republicano pelo Arizona Jeff Flake prometeu se juntar ao democrata por Delaware Chris Coons na volta do recesso do Senado, na semana que vem, para requerer que o projeto de lei de Independência e Integridade do Conselheiro Especial seja levado à votação no plenário. “O projeto salvaguardaria a investigação do conselheiro especial Robert Mueller. O líder da maioria, senador Mitch McConnell tem de levar o projeto ao plenário tão logo quanto possível”, afirmou em uma série de publicações em sua conta no Twitter.

Mueller é o responsável por apurar as suspeitas de interferência da Rússia na campanha presidencial de 2016, supostamente para favorecer o presidente Donald Trump, eleito à Casa Branca naquele ano.

Há dois dias, o então procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, entregou sua carta de renúncia a Trump, escrevendo na missiva que o fazia a pedido do presidente. Sessions vinha sendo alvo constante de críticas de Trump por ter se declarado impedido de supervisionar a investigação conduzida pelo conselheiro especial.

Em suas declarações pelo Twitter, o senador Jeff Flake deixou clara a conexão entre a sua promessa sobre o projeto de lei e a pressão que tirou o ex-procurador-geral do cargo. “Após a demissão do procurador-geral, é mais importante do que nunca proteger o conselheiro especial.”

Flake, que é membro do Comitê Judiciário do Senado e se empenhou para que o órgão aprovasse o projeto de lei, saiu em defesa de Sessions: “Ele fez a coisa certa ao se declarar impedido há quase dois anos. Ele pagou um preço pesado pela sua independência desde então. Devemos a ele uma dívida de gratidão.”

Após a saída de Sessions, Trump anunciou que o chefe de gabinete da Procuradoria Geral, Matthew Whitaker, assumirá o posto de procurador-geral interino, e não o subordinado imediato ao cargo, o vice-procurador-geral e por ora responsável pela supervisão de Mueller, Rod Rosenstein. Whitaker já se posicionou publicamente contra a conduta do conselheiro especial no caso.

Na última quarta-feira, em coletiva de imprensa sobre os resultados das eleições de meio de mandato nos EUA, Donald Trump afirmou que “poderia demitir todos” na investigação sobre interferência de Moscou na campanha presidencial de 2016. “Mas eu não quero fazer isso. Politicamente, seria ruim”, acrescentou na ocasião. Instantes depois, no entanto, opinou que a apuração é “ruim para o país” e “deveria acabar”.

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