Após mais um acordo entre governo e oposição, senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) concordaram em votar a ata da última reunião sobre o relatório da reforma trabalhista somente ao final da sessão desta terça-feira, 30. Normalmente, a ata é dada como lida de forma protocolar no início da reunião. Caso a ata não seja aprovada, a votação do parecer da reforma, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), poderia ser adiada.
Logo no começo da sessão desta terça, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Paulo Paim (PT-RS) citaram que há um acordo para que nesta data ocorra a discussão de mérito do tema e, na próxima terça, 6, a votação do parecer. Jucá disse que, se a oposição fizer alguma manobra para atrasar a tramitação, o governo também quebrará o acordo e liberará os votos de seus integrantes.
Para alguns membros da base aliada do governo, o movimento da oposição pode ser uma forma de estender a discussão e esvaziar a sessão até a votação da ata. Caso não haja quórum, o documento de registro da última reunião da CAE poderia ser derrubado e a sessão não seria considerada.
Parte da oposição alega que não houve formalmente a concessão de vista (prazo regimental para análise do parecer) por parte do presidente da CAE, Tasso Jereissati (PSDB-CE), antes do encerramento da última reunião, que terminou após confusão e bate-boca entre os parlamentares. Apesar das críticas sobre a tramitação, os adversários do presidente Michel Temer reafirmaram que estão comprometidos a cumprir o acordo e votar a ata nesta terça para liberar a votação na próxima semana.