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Será que a ampliação do aeroporto agora sai?

Retorna ao noticiário a implantação do terceiro terminal no Aeroporto Internacional André Franco Montoro em Guarulhos. Já vimos este filme tantas vezes que é natural o guarulhense desconfiar de mais este anúncio.


Agora se prevê o investimento de R$ 716 milhões e a inauguração parcial em 2013 com a possibilidade de receber mais 19 milhões de passageiros por ano, dobrando a capacidade atual.


Inaugurado em 1985, instalado no coração geográfico de nossa cidade, o aeroporto gera milhares de empregos. Nos primeiros anos ativou a economia com a instalação de empresas de prestação de serviços, fornecimento de alimentos, transportes, combustíveis, entre outras atividades comerciais que envolvem a operação aeroportuária. O aumento da demanda de passageiros trouxe outros benefícios como a instalação da rede hoteleira a partir do final dos anos 90 e o aparecimento de estacionamentos nas proximidades.


A idéia inicial do Aeroporto de Guarulhos, em seu plano diretor de 1980, era de atender os vôos domésticos e ser apenas uma alternativa para os vôos internacionais cujo destino seria Campinas. Com o passar dos anos, Cumbica se tornou o maior aeroporto do cone sul e precisa ser ampliado com urgência.


O grande problema é a demora ou a falta de uma definição sobre o assunto. Em 2007, a Associação Comercial de Guarulhos, a OAB-Guarulhos e outras entidades que participaram do Movimento Cansei, reivindicaram a construção da terceira pista e a definição para as áreas habitadas do entorno do aeroporto, uma vez que a protelação só atravanca o desenvolvimento de nossa cidade. No início de 2008, veio a decisão do ministro Nelson Jobim de não construir a nova pista tendo em vista o alto custo e as opções inviáveis.


Se naquela época já se anunciava o caos aéreo e a saturação, agora com os eventos que iremos receber no Brasil, a ampliação se dará pelo uso de galpões de lona para instalar um terminal provisório, enquanto o terceiro terminal anunciado não é construído.


O novo terminal é apenas um dos investimentos imprescindíveis. Em breve voltaremos a observar o gargalo dos vôos e provavelmente surgirá uma nova discussão sobre a terceira pista. Aliás como previsto no plano diretor de 1980. Com tantas idas e vindas, planejar é preciso!


 


Wilson Lourenço


Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)

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