O novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, vai iniciar suas viagens internacionais, na semana que vem, pela Argentina. Serra já conversou por telefone com a chanceler argentina, Susana Malcorra, que, em entrevista concedida ao jornal Clarín, na última segunda-feira, considerou legal o processo que afastou a presidente Dilma Rousseff do cargo – embora veja uma controvérsia sobre a legitimidade da ação.
Serra quer usar a viagem para não só fazer um primeiro aceno político e de cortesia ao principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul, mas também para trabalhar destravar questões entre a economia dos dois países.
O tucano já conversou também com o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa. Na segunda-feira, em nota, Novoa afirmou que a suspensão do mandado da presidente Dilma Rousseff “está dentro das margens constitucionais” e que, por isso mesmo, o Mercosul “não ativará cláusula democrática (contra o Brasil)”.
Ainda na segunda-feira, Novoa manifestou grande preocupação com a situação na Venezuela, depois de denúncias sobre torturas em prisões e da autorização do governo para a utilização de armas de fogo para reprimir atos no país.
No final da semana passada, Serra distribuiu duas notas repudiando às acusações de que o processo de impeachment é um “golpe de estado”. Uma delas foi contra Ernesto Samper, secretário-geral da Unasul, a União das Nações sul-americanas.