O governo de Serra Leoa restringiu o acesso nesta quinta-feira a três regiões com pessoas contaminadas pelo ebola, onde mais de um milhão de pessoas vivem. Com a medida, agora um terço da população do país está em quarentena.
Em um pronunciamento para nação na noite de quarta-feira, o presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, colocou sob isolamento os distritos de Port Loko, Bombali e Moyamba, permitindo que apenas pessoas responsáveis por serviços essenciais possam circular nessas áreas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também alertou que houve aumento de casos nesses distritos. Em outras partes do país, incluindo a capital, casas serão colocadas em quarenta quando pessoas infectadas forem identificadas, informou o governo em uma declaração.
O surto de ebola, que atinge escalas sem precedentes, levou governos a imporem medidas severas, como isolar cidades e regiões inteiras. Na última semana, Serra Leoa impôs um confinamento de três dias a 6 milhões de pessoas em suas casas enquanto equipes de saúde procuravam por infectados e educavam pessoas sobre a doença. Esse exercício revelou que o surto é pior do que se pensava, afirmou o governo, após 160 casos de ebola serem identificados nesse período.
“Há uma necessidade desesperadora de aumentar nossa resposta a esse doença aterrorizante”, afirmou o governo na declaração. “O prognóstico é que, sem intervenções adicionais ou mudanças no comportamento da comunidade, os números vão crescer exponencialmente e a situação vai se deteriorar rapidamente.”
Os distritos de Kenema e Kailahun, próximos do centro do surto, já foram isolados. O movimento de mais de 2 milhões de pessoas agora é restrito em ambos. Na Libéria, país mais atingido pela doença, foram isoladas áreas na capital a fim de desacelerar a transmissão do vírus.
Serra Leoa é um dos países mais atingidos pelo surto do ebola no oeste da África que já matou mais de 2.900 pessoas, segundo relatório da OMS. A agência afirmou que a situação em Serra Leoa continua a se deteriorar, devido principalmente ao rápido aumento de casos na capital, Freetown. Fonte: Associated Press.