A Prefeitura de Guarulhos, por meio da Subsecretaria da Igualdade Racial (SIR), promoveu nesta quarta-feira (29) no Adamastor a oficina Governança Migratória e a Inclusão de Migrantes e Refugiados no Mercado de Trabalho, ministrada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) para um grupo de aproximadamente 40 servidores das secretarias do Trabalho e de Desenvolvimento Científico, Econômico, Tecnológico e de Inovação (SDCETI), além das subsecretarias da Juventude e de Políticas para Mulheres e de membros do Comitê Municipal de Políticas para Migrantes Refugiados e Apátridas.
O objetivo da ação da SIR, que integra a Secretaria de Direitos Humanos, foi sensibilizar e oferecer qualificação técnica aos funcionários públicos sobre os migrantes, além de fortalecer os serviços e programas para a inclusão social e a inserção laboral dos migrantes no município.
A coordenadora de Projetos da OIM, Carla Lorenzi, discorreu sobre o fluxo migratório no mundo e no Brasil e o perfil de migrantes no país, que totalizam mais de 1,8 milhão, a maior parte venezuelanos.
“Grande parte dos migrantes está em idade economicamente ativa e quer entrar o mercado de trabalho. O setor privado é um braço que temos de mobilizar bastante. Fomentar o trabalho dessa população promove o desenvolvimento econômico tanto no país de origem, já que muitos enviam dinheiro para seus familiares, como no de destino dos migrantes”, afirmou Carla.
Entre os assuntos tratados pela equipe da OIM estiveram a Operação Acolhida, realizada pelo governo federal e pela OIM em Roraima, o grande fluxo migratório proveniente da Venezuela, a interiorização de migrantes, direitos, contratação de migrantes e as boas práticas adotadas por outras cidades para a população migrante.
Para o servidor Thalles Guarani, formado em comunicação social e que atua na SDCETI na interlocução entre instituições de ensino superior voltadas ao fomento da ciência e da tecnologia, o evento irá auxiliar no desenvolvimento do trabalho da pasta. “A formação vai subsidiar o servidor a pensar e implementar políticas públicas para a população migrante, refugiada e apátrida. É essencial qualificar o serviço público quanto aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os quais versam sobre uma sociedade mais igualitária”, disse Thalles, que integra o Comitê Municipal de Políticas para Migrantes.
Já a psicóloga Claudia Sampaio Tavares, da Secretaria do Trabalho, contou sobre a dificuldade no atendimento dessa população. “É fundamental termos uma formação como esta. Nós atuamos diretamente nas agências de intermediação de mão de obra e nos Ciets (Centros Integrados de Emprego, Trabalho e Renda), que recebem a população em busca de vagas de emprego. Há alguns anos temos recebido migrantes da América do Sul, da Síria e de outros países. Há certa dificuldade de compreensão em função da língua e da documentação”, contou a servidora, que também é membro do comitê.
Esta foi a primeira reunião do Comitê Municipal de Políticas para Migrantes, lançado no início do mês, que tem por finalidade elaborar propostas de políticas para migrantes, refugiados e apátridas residentes e em trânsito na cidade por meio de esforços entre o poder público, as agências internacionais e as organizações da sociedade civil tendo em vista a garantia, a promoção e a proteção dos direitos humanos dessa população.
A oficina integra o projeto MigraCidades – Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil, desenvolvido pela OIM em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).