Política

Servidores de Guarulhos ficam com reajuste abaixo da inflação

Nos tempos de Elói Pietá (PT) como prefeito de Guarulhos, os servidores municipais amargaram tempos difíceis. O reajuste salarial, durante anos seguidos, foi de apenas 1%, não importando a inflação acumulada

Quando Sebastião Almeida (PT), um sindicalista de carreira, que foi até presidente do Stap (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública de Guarulhos), chegou ao poder em 2009, a categoria esperava que enfim eles conseguiriam respirar. Grande engano. 

Nos cinco anos que está a frente da Prefeitura, Almeida jamais cumpriu a promessa de campanha de recompor as perdas salariais. O máximo que fez foi repor a inflação do período passado. Mas neste ano, o prefeito – com o aval do Sindicato – foi além. Escolheu o menor índice de inflação para apresentar uma proposta de reajuste, que foi – como sempre – aprovado pela maioria dos vereadores, que rezam a cartilha governista na Câmara.

Desta forma, em vez de usar o ICV- ieese como referência, o índice predileto utilizado pelas prefeituras do PT, Almeida – para pagar menos para os servidores que realmente trabalham – preferiu o IPC-Fipe, que teve variação de 5,37% entre maio de 2012 e abril de 2013. Assim, o funcionalismo público municipal ficou com 5,57% de reajuste salarial. Só que esta reposição não se aplicará a toda categoria. 

Conforme a lei municipal 7125, publicada no Diário Oficial desta terça-feira, dia 14, "os salários, vencimentos, proventos de aposentadorias, subsídios e pensões, devidos em abril de 2013, até R$ 2.200,00 a aplicação do índice dar-se-á de forma integral com vigência a partir de 1º de maio de 2013". Até aí tudo bem. Já quem ganhar mais que esse valor, terá em seu holerite deste mês apenas 3% de reajuste. Os outros 2,57% serão aplicados apenas a partir de agosto. Ou seja, mesmo que fosse aceitável o índice do IPC-Fipe, grande parte dos trabalhadores ficarão quatro meses sem a reposição salarial.

O vereador Gilvan Passos (PSDB), durante as duas sessões extraordinárias realizadas na última sexta-feira, para aprovar a toque de caixa o reajuste de Almeida, se levantou contra as perdas dos servidores. Mas, de novo, foi voto vencido. Uma emenda ao projeto original, que pedia 1% a mais de reajuste para toda a categoria imediatamente, foi rejeitada pela maioria governista que só está na Câmara para carimbar os projetos do prefeito.

A alegação dos vereadores, que representam Almeida na Câmara Municipal, para não conceder um reajuste maior para os servidores é que qualquer índice a mais poderia comprometer a saúde financeira do município. Ou seja, mais uma vez os servidores vão pagar pelos problemas da atual administração. Nenhum parlamentar, entretanto, fez qualquer menção ao fato de Almeida gastar todo ano cerca de R$ 200 milhões com funcionários comissionados, aqueles que são indicados pelo próprio PT e também pelos partidos que mantém a base governista.

 

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