Economia

Servidores do IBGE fazem paralisação de 24 horas nesta quarta-feira

Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vão paralisar suas atividades nesta quarta-feira, dia 29, em reivindicação por uma reestruturação do plano de carreira e realização de concursos públicos para recompor o quadro de funcionários e substituir a mão de obra terceirizada no órgão.

A suspensão dos trabalhos vai durar 24 horas, segundo o Assibge, associação que representa os servidores. A entidade não descarta uma nova greve este ano caso as tratativas não avancem.

A paralisação ocorre no mesmo dia em que o sindicato terá uma reunião com representantes do Ministério do Planejamento, pasta à qual o IBGE é subordinado, em Brasília.

No encontro, o Assibge demandará avanço nas discussões sobre plano de carreira dos funcionários do órgão, fim da compensação de trabalho e readmissão de trabalhadores dispensados após a greve realizada no ano passado, fim do trabalho temporário em atividades contínuas e realização de concursos.

No Rio de Janeiro, três das quatro unidades do IBGE já confirmaram adesão à paralisação, incluindo a divisão de pesquisas, situada na Avenida Chile, no centro da cidade. O prédio concentra as atividades de processamento dos dados referentes a indicadores de inflação, desemprego e atividade econômica, por exemplo.

A sede do IBGE, que fica na Avenida Franklin Roosevelt, também no centro do Rio, ainda não confirmou se fará parte do movimento. É lá que ocorrerá, às 9h, a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente a junho, que está mantida, informou o IBGE por meio de assessoria.

Também devem parar nesta quarta unidades estaduais no Amazonas, Piauí, Pará e Sergipe. Outros Estados realizam assembleia logo pela manhã para votar a adesão à paralisação. Caso os servidores não consigam avançar nas discussões com o IBGE e o Ministério do Planejamento, o sindicato não descarta uma nova greve no órgão.

“Temos uma discussão de iniciar um movimento grevista até agosto caso o IBGE não sinalize com nenhuma proposta concreta em relação a nossas reivindicações”, afirmou Ana Magni, diretora do sindicato.

Entre maio e julho do ano passado, funcionários do IBGE pararam por 79 dias. O movimento foi deflagrado após o órgão anunciar a suspensão das divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, posteriormente retomada, e seguiu com as reivindicações apresentadas atualmente pelo sindicato.

Por conta da paralisação, a coleta de pesquisas domiciliares como a própria Pnad Contínua e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foram afetadas. Após o fim da greve, os servidores levaram mais de um mês para colocar os trabalhos em dia.

A reestruturação do plano de carreira é importante, apontou Ana, porque o IBGE “perde mão de obra para outras carreiras públicas”. O sindicato argumenta que os salários do órgão são inferiores às remunerações de instituições como Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o emprego de mão de obra temporária é amplo no instituto.

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