O protesto dos servidores públicos municipais de Guarulhos demonstrou, nas ações realizadas na tarde desta quinta-feira, que a categoria se uniu contra a aprovação do Regime Jurídico Único, imposto pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), em projeto de lei enviado à Câmara sem incluir as principais reivindicações do funcionalismo.
Desde o período da manhã, os servidores começaram a se concentrar em frente à Câmara Municipal, já que receberam a informação que o Paço estava convocando funcionários comissionados para ocupar as galerias da Casa e garantir a deliberação do projeto na sessão ordinária desta quinta-feira. O tiro saiu pela culatra.
Os servidores seguiram em peso para a Câmara e, tão logo as galerias foram abertas, tomaram o local. A sessão aberta às 14h pelo presidente da Casa, vereador Jesus (PDT) não teve nem meia hora de duração. Antes das 14h30, o mandatário encerrou os trabalhos devido à pressão exercida pelo funcionalismo que lotou as galerias exigindo o arquivamento imediato do PL de Almeida. Havia a determinação do prefeito para que os vereadores deliberassem o projeto, sem levar em consideração o pleito da categoria.
O líder do Governo na Câmara Municipal, vereador Samuel Vasconcelos (PT), informou que o encerramento da sessão foi prejudicial aos próprios servidores, já que – segundo ele – “a administração só aceitará conversar com a categoria após a deliberação do projeto pela Casa”.
Após o encerramento da sessão, os servidores se concentram nas ruas próximas ao Legislativo, ocupando trechos das ruas João Gonçalves, Luís Faccini e praça Getúlio Vargas. Carros de som reúniram sindicalistas e líderes do movimento.
"Este projeto de lei não adianta. Ele tem que sair do Legislativo e voltar para o Sebastião Almeida para que ele ouça o que nós precisamos", afirmou o presidente do Stap (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública), Pedro Zanotti. "Terça feira tem sessão de novo. Se não retirar o PL, nós vamos invadir de novo".
Os servidores seguiram em passeata pela avenida Tiradentes até a avenida Paulo Faccini. As duas vias tiveram o trânsito interdidato, causando grandes congestionamentos em toda a região central.
Depois eles decidiram seguir em direção ao Centro de Educação Adamastor, na avenida Monteiro Lobato, após receberem informações de que o prefeito Sebastião Almeida estaria no local acompanhando um evento. Fontes informaram ao GuarulhosWeb que, ao saber da passeata dos servidores, Almeida saiu correndo do local, por uma porta dos fundos, deixando até a caneta e alguns papéis caírem ao chão.
Segundo o Stap, aproximadamente 2.500 servidores acompanharam a passeata Para a Polícia Militar, foram apenas 400 pessoas nas ruas. Ao chegarem ao Adamastor, as duas pistas da Monteiro Lobato foram interditadas e o trânsito teve que ser desviado pelo Viaduto Cidade de Guarulhos, avenidas Antonio de Souza e Tancredo Neves. Passageiros de ônibus municipais e metropolitanos desceram dos veículos ou foram obrigados a aguardar a situação ser normalizada.
Pouco depois das 16h, o movimento começou a ser dispersado e os servidores retornaram ao Centro.