Em maio, o Folha do Ponto trouxe reportagem que revelou como a administração de Almeida menospreza os servidores concursados e privilegia os comissionados, aqueles que ocupam cargos indicados por padrinhos políticos (vereadores que compõem a base da Prefeitura na Câmara ou políticos de partidos que ajudaram a ganhar as eleições municipais) têm o burro na sombra.
Enquanto um secretário municipal leva para casa todo mês R$ 11.359,09 de salário fora uma série de benefícios que o cargo lhe propicia, um motorista da Prefeitura – que tem carga horária de trabalho de 40 horas semanais, controladas por um rígido sistema de ponto – sobrevive com R$ 1.234,38.
Por ser um cargo de confiança, o secretário não passou por qualquer concurso. Foi indicado pelo prefeito Sebastião Almeida (PT) ou pelo partido que está no poder. O motorista – que trabalha há muitos anos na administração, aprovado por um concurso público – amargou durante os anos de Elói Pietá como prefeito apenas 1% de reajuste por ano. Depois, já como Almeida prefeito, apenas a reposição da inflação do período passado e olhe lá.
Guarulhos convive com 2.400 funcionários comissionados, que nunca passaram por um concurso público e que o Executivo nem sabe se trabalham ou não e nem os locais onde estão lotados. Ao final de um ano, esse exército consome nada menos do que R$ 200 milhões por ano em salários e encargos. O número representa mais de 5% do orçamento do Município.