A data-base para o reajuste salarial aos servidores públicos é 1º de maio. Geralmente, as negociações para a definição dos índices ocorrem com alguma antecedência, já que o projeto de lei com o aumento precisa passar pela aprovação da Câmara Municipal. Mas neste ano, está sendo diferente. No sexto dia de maio, a Prefeitura informa que ainda está em negociação com representantes da categoria para definir o percentual de acréscimo. Na segunda-feira, 4, em nota ao GuarulhosWeb, dirigentes do Stap (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos) prometeram dificultar as ações do prefeito Sebastião Almeida (PT) caso ele opte por algum índice abaixo da inflação, como vem sendo veiculado nos bastidores da administração. .
O Stap criticou a postura da Prefeitura em relação à possibilidade de ofertar aos funcionários públicos aumento salarial abaixo da inflação, que no acumulado dos últimos 12 meses atingiu o índice de 8,26%. De acordo com a entidade, não existe chance de chegar a um consenso abaixo destes padrões. Porém, em anos passados, a ação do Sindicato da categoria tem sido de complacência com as decisões impostas pela Prefeitura. Em 2014, Almeida concedeu reajuste de 6,78%, pagos integralmente para os trabalhadores com salários de até R$ 2,5 mil. Todos aqueles que ganhavam acima desse patamar receberam o aumento em duas parcelas, sendo 3,78% a partir de 1º de maio e 3% a partir de 1º de agosto. O reajuste alcançou os servidores na ativa, bem como aposentados e pensionistas.
No entanto, a Prefeitura revelou ao GuarulhosWeb que, por meio da Secretaria de Administração e Modernização, o assunto ainda está em processo de discussão na Comissão Permanente de Negociação (CPN). Esta comissão é composta por representantes sindicais dos servidores (Stap) e do Governo Municipal. Contudo, não foi revelado qualquer prazo para sua definição.
Entretanto, representantes do Stap entendem que os administradores públicos perderam o senso de respeito com a população. Eles citam fatos como o pacote fiscal da presidente Dilma Rousseff (PT), a terceirização da mão de obra, desprezo aos educadores pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), além dos atos violentos contra os professores no estado do Paraná para justificar possíveis abusos contra os trabalhadores.
Diante deste cenário crítico e tenso, os dirigentes sindicais, ainda, acreditam que estes aspectos são elementos fundamentais para promoção da discórdia e violência, além de apontar esta situação como consequências de revoltas e até a incidência de possível estopim contra a má administração dos recursos públicos. "O gestor tem o dever de bem cuidar do dinheiro público. Mas, para isso, não precisa atacar a dignidade do funcionalismo", declarou o presidente do Stap, Pedro Zanotti.