Saúde

Servidores recebem formação para atender crianças e adolescentes vítimas de violência

Divididas em duas turmas, mais de cem pessoas, entre profissionais de diversas secretarias municipais, conselheiros tutelares e membros de conselhos de direito, diretorias estaduais de ensino e de organizações da sociedade civil, que integram a Rede de Proteção e Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, participaram na manhã desta terça-feira (24), na Universidade Guarulhos (UNG), de atividades de sensibilização e formação para atuar de forma integral e intersetorial no atendimento, acolhimento e enfrentamento às situações de violência envolvendo tais públicos.

A iniciativa da Prefeitura de Guarulhos, através da Comissão Intersetorial para Construção e Monitoramento do Programa de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência, visa à construção de protocolo e ao aprimoramento no atendimento de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência no município, conforme a Lei federal nº 13.471/2017 (Lei da Escuta Especializada, também chamada de Lei da Escuta Protegida).

“O ideal é que a violência não aconteça e, por isso, é importante o fortalecimento da atenção e da proteção social básicas da criança, do adolescente e da família. Que possamos trabalhar políticas públicas voltadas à cultura de paz para termos uma sociedade menos violenta”, disse a educadora social da Secretaria de Direitos Humanos, Aline Pires.

Questões envolvendo racismo, LGBTQIAP+fobia, capacitismo, bullying, entre outras, são muitas vezes motivadoras da violência entre os jovens. “Elas não podem ser ignoradas porque podem derivar em outras violações de direitos e até acarretar violências físicas como automutilação, tentativa de suicídio e suicídio do adolescente”, explicou a educadora.

Atividades

A formação foi conduzida pela chefe de divisão técnica da rede de urgência e emergência e a enfermeira, Simone Lima, e pela assistente social da Secretaria de Saúde, Gilmara Azenha, que abordaram os tipos de violência física e psicológica, como identificá-las e os fluxos de encaminhamento do atendimento às vítimas. As palestrantes também aplicaram diversas dinâmicas de sensibilização ao grupo como a do varal, na qual os participantes expuseram sentimentos pessoais associados às violências que já tenham vivenciado.

Membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), o psicólogo Rildo Francisco Rocha destacou a importância de identificar crianças e adolescentes vítimas de violência. “A sensibilização nos ajuda a sermos aptos para acolher, perceber, identificar e a fazer os devidos encaminhamentos para que a criança ou o adolescente não sofra mais uma vez por ter que relatar novamente a outro profissional a situação de violência que passou. O relato da criança vitimada é, na verdade, um pedido de socorro e ajuda”, disse.

Já a conselheira tutelar da região do Pimentas, Carla Duque de França Theodoro, considera que as informações e experiências de técnicos e profissionais auxiliam no trabalho diário. “O trabalho do conselheiro tutelar é muito complexo e desafiador. A formação contribui para a mudança do nosso olhar durante os atendimentos visando à empatia e ao acolhimento, o que resulta na melhoria do trabalho,” disse Carla.

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