Motivo de estranheza para alguns e febre para outros, o NFT (non-fungible token, ou token não fungível) movimentou o mercado de arte em 2021. Segundo a startup DappRadar, que monitora diversas plataformas blockchain, a tecnologia – na verdade, um código gerado em computador para autenticar um arquivo digital – fez girar cerca de R$ 130 bilhões no último ano, com celebridades como Justin Bieber e Neymar investindo alguns milhões de dólares em artes digitais. Agora, outros setores da cultura miram na tecnologia para abocanhar uma fatia desse montante.
Produtores, redes de cinema, músicos e compositores viram no NFT uma maneira de dar um fôlego a mais no caixa do setor. Como? Registrando seus produtos e vendendo também como NFT. Engana-se quem pensa que a tecnologia é só um nome bonito para venda e compra de obras de arte digitais. Por trás, há um sistema de registro na blockchain, onde se identificam as transações, propriedades e ativos.
Um verso de música, por exemplo, pode ser registrado na blockchain e vendido como NFT. O mesmo vale para um filme em produção ou uma cena marcante da história do cinema. Tudo, desde uma frase até uma série de TV, pode ser transformado em token não fungível. Abre-se, assim, um novo horizonte para o financiamento do setor cultural.
De um lado, as pessoas investem em tokens de filmes, músicas e livros para colecionar e criar uma relação mais próxima com empresa e artista. Do outro, produtoras, editoras e músicos encontram financiamento para seu trabalho, já que o dinheiro investido em um NFT vai, após descontos da plataforma que intermedeia a venda, direto para seu bolso.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>