O setor de franquias apresentou queda real nas vendas em 2015, conforme os dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Embora tenha havido crescimento no número de lojas, a entidade considera que algumas das aberturas do segundo semestre de 2016 não contribuíram significativamente para o faturamento do ano. A entidade não divulga o faturamento ajustado à inflação, mas o crescimento nominal, de 8,3%, ficou abaixo do IPCA do ano, de 10,7%.
Considerando a série histórica da ABF desde 2003, apenas em três anos o crescimento nominal ficou abaixo de dois dígitos: em 2004, e em 2014 e 2015. Embora o aumento nominal da receita em 2015 tenha sido superior ao do ano anterior, quando o crescimento foi de 7,7%, naquele ano as vendas ainda superaram a inflação do período.
Houve abertura líquida de 12,7 mil lojas no ano, o que fez o número total de pontos de venda franqueados aumentar 10,1% ante 2014.
Para a presidente da ABF, Cristina Franco, o ano foi desafiador para o setor. “Não somos uma ilha e o franchising teve que trabalhar com controle de custos, negociações de aluguéis e melhorias logísticas”, comentou.
A entidade mantém projeções consideradas conservadoras para 2016. A expectativa é de alta de 6% a 8% no faturamento real e de aumento de 10% no total de unidades.
Um dos fatores que contribuem para que o ritmo de crescimento do faturamento seja menor que o de abertura de lojas, segundo Cristina, é a maior participação de negócios de pequeno porte, as chamadas microfranquias. “As unidades que mais abrem são aquelas pequenas e de menor faturamento”, avaliou.
Segmentos
Os dados da ABF indicam um crescimento mais acelerado em segmentos como acessórios e calçados, lojas de conveniência e alimentação. Já os negócios de vestuário, informática, limpeza e construção ficaram com os resultados mais fracos.
No setor de Casa e Construção, o faturamento nominal das franquias caiu 2,3%. Em limpeza e conservação, houve alta de 3,8%. Comunicação, informática e eletrônicos registrou alta de 6,6% e vestuário, de 6,9%.
Já entre os maiores crescimentos, os acessórios pessoais e calçados subiram 12% enquanto outros negócios (que incluem lojas de conveniência) subiram 10,2%.