Economia

Setor externo tem déficit de US$ 3,076 bilhões em setembro

Após um rombo de US$ 2,487 bilhões em agosto, o déficit das transações correntes somou US$ 3,076 bilhões em setembro. A projeção do Banco Central para a conta corrente do mês era de um saldo negativo de US$ 3 bilhões ante US$ 8,4 bilhões em idêntico mês de 2014.

Os números levam em conta a nova metodologia do BC para as estatísticas de Setor Externo. Com as mudanças adotadas pela instituição, a série histórica foi reduzida e há dados disponíveis somente a partir de janeiro de 2014. Anteriormente, as informações iam até 1947.

O resultado ficou dentro das expectativas colhidas pelo AE Projeções, que eram de déficit de US$ 1,6 bilhão a US$ 4 bilhões, com mediana negativa encontrada de US$ 2,2 bilhões.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 2,630 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,913 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária em US$ 3 bilhões.

No acumulado do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 49,362 bilhões. Já no acumulado dos últimos 12 meses até setembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 79,326 bilhões, o que representa 4,18% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor patamar (tanto em valor nominal quanto em relação ao PIB) da nova série histórica do BC, que tem início em dezembro do ano passado.

Remessa de lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,037 bilhões em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. A saída líquida ficou em linha com os US$ 2,070 bilhões que foram enviados, já descontados ingressos, em igual mês do ano passado.

No acumulado do ano, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 13,690 bilhões. O resultado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 21,255 bilhões. Possivelmente essa redução reflete a crise pela qual passa o País e a disparada do dólar em 2015.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 993 milhões em setembro ante US$ 840 milhões em igual mês do ano passado. No ano até setembro, essas despesas alcançaram US$ 17,201 bilhões, valor levemente maior que os US$ 17,060 bilhões de igual período do ano passado.

Viagens internacionais

Mesmo com a alta do dólar ante o real superior a 46% neste ano, a conta de viagens internacionais continuou a registrar déficit em setembro. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 774 milhões. É verdade, porém, que o ritmo diminuiu, já que, em igual mês do ano passado, o déficit nessa conta era de US$ 1,891 bilhão.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,260 bilhão em setembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 486 milhões no mês passado.

No acumulado do ano até setembro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo US$ 9,806 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 14,230 bilhões.

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