O resultado das transações correntes ficou negativo em novembro deste ano, em US$ 6,522 bilhões, informou nesta quarta-feira, 22, o Banco Central. Este foi o pior desempenho para meses de novembro desde 2014, quando o saldo foi negativo em US$ 9,802 bilhões.
O número de novembro ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 8,60 bilhões a rombo de US$ 3,418 bilhões (mediana negativa em US$ 6,75 bilhões). O BC projetava para o mês passado déficit de US$ 7,8 bilhões na conta corrente.
Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo negativo de US$ 2,535 bilhões em novembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,590 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,679 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 6,487 bilhões.
<b>Acumulado</b>
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o rombo nas contas externas soma US$ 22,384 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 30 bilhões em 2021. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.
Nos 12 meses até novembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 30,842 bilhões, o que representa 1,92% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior déficit em proporção do PIB desde setembro de 2020, quando o acumulado em 12 meses ficou em 2,03%.
<b>Lucros e dividendos</b>
A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,895 bilhão em novembro, informou o Banco Central. A saída líquida é superior ao montante de US$ 1,638 bilhão que deixou o Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 25,279 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 27 bilhões. A projeção foi atualizada no RTI deste mês.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 793 milhões em novembro, ante US$ 853 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até novembro, essas despesas alcançaram US$ 18,376 bilhões.
<b>Dívida externa</b>
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em novembro é de US$ 322,456 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 251,174 bilhões em outubro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 68,887 bilhões no fim do mês passado.