Os governos federal, estadual e local dos Estados Unidos cortaram mais de 1,5 milhão de empregos desde março, quando começaram a enfrentar o impacto financeiro da pandemia do novo coronavírus, mostraram dados divulgados na sexta-feira. O número de servidores públicos agora é o mais baixo desde 2001, e a maioria dos cortes ocorre no nível local. E a situação pode piorar ainda mais para esses trabalhadores, geralmente um segmento estável da economia dos EUA.
"Com isso, vem um declínio nos serviços públicos essenciais", disse nesta semana Lee Saunders, presidente da Federação Americana de Funcionários Estaduais e Municipais. Por exemplo, ligações para serviços de emergência estão demorando muito para serem atendidas, afirmou. Água potável e coleta de lixo também estão sendo afetadas em alguns lugares, disse ele.
A receita tributária dos governos despencou, forçando cortes nas cidades e Estados que dependem desse dinheiro. Os governos estão tentando equilibrar seus orçamentos para o ano fiscal que começa em 1º de julho, mas acreditam que a receita tributária vá cair 20% ou mais em muitos lugares. Isso significa que dispensas temporárias podem se tornar permanentes.
"Vai ser muito, muito difícil reabrir escolas no outono, porque você precisa de mais dinheiro, não de menos dinheiro para reabrir", disse Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores.
Sindicatos e grupos bipartidários estão pressionando o Congresso a enviar ajuda rápida aos governos estaduais e locais. Depois de um pacote de ajuda de US$ 2,2 trilhões em março, a Câmara dos Representantes, liderada pelos democratas, aprovou no mês passado mais US$ 3 trilhões, que incluem US$ 1 trilhão para governos. Mas o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, disse que não vai concordar com uma quantia tão grande – ou qualquer coisa rapidamente – num momento em que a economia começa a reabrir. Fonte: Associated Press.