E meio aos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 65,508 bilhões em junho, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). Em maio deste ano, havia sido registrado déficit de R$ 15,541 bilhões e, em junho de 2020, déficit de R$ 188,682 bilhões.
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
O déficit primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo <i>Projeções Broadcast</i>, que iam de déficit de R$ 75,300 bilhões a R$ 29,756 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 64,200 bilhões.
O resultado fiscal de junho foi composto por um déficit de R$ 75,083 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 8,391 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 7,541 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 850 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 1,183 bilhão.
<b>Acumulado</b>
As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 5,208 bilhões no primeiro semestre do ano, o equivalente a 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
O déficit fiscal no primeiro semestre do ano ocorreu na esteira do déficit de R$ 55,155 bilhões do Governo Central (1,34% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 47,006 bilhões (1,14% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 40,911 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 6,096 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,940 bilhões no período.
<b>Acumulado em 12 meses</b>
O BC também informou que as contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 305,456 bilhões em 12 meses até junho, o equivalente a 3,81% do PIB. O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em junho pode ser atribuído ao rombo de R$ 383,180 bilhões do Governo Central (4,78% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 73,973 bilhões (0,92% do PIB) em 12 meses até junho. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 67,466 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 6,508 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,751 bilhões no período.