O que nasceu como Prêmio da Indústria Pornô, no ano passado, assume agora o nome de seu promotor – o canal Sexy Hot. E, embora a marca reserve o conteúdo LGBT ao For Men, outro canal do grupo, filmes com conteúdo homossexual e transexual serão devidamente contemplados este ano, respondendo por 20% das 175 inscrições recebidas. No ano passado, não houve inscritos nas categorias do gênero. Com 14 tópicos no total, o evento será na próxima terça-feira, na Vila Vérico, em São Paulo, tendo o ator e cantor Sérgio Loroza como mestre de cerimônias, papel que ele já desempenhou no ano passado.
“O Sexy Hot hoje, por posicionamento, é um canal de filme 100% nacional. O acervo ainda não é 100% nacional, ainda existe alguma coisa de filmes estrangeiros, mas hoje a gente só compra longa de produção nacional”, fala Maurício Paleta, responsável pelas nove marcas do grupo Playboy do Brasil – os canais de TV Sexy Hot, Playboy TV, Private, Venus, Sextreme e For Man, e mais três versões no vídeo sob demanda da NET.
A presença do conteúdo nacional, afinal, valoriza as fantasias do público local – “a tendência é fantasiar com quem está próximo, como o vizinho, a secretária, isso faz muito sucesso”. “Aquela coisa de peitão e muita maquiagem, de pornô americano, não encanta mais”, completa.
Um estudo realizado com 1.660 telespectadores entre Rio e São Paulo aponta para o aumento no número de assinantes entre mulheres. Hoje, elas são 54% dessa clientela. Entre os compradores avulsos, no vídeo sob demanda e pay-per-view, os homens jovens (de 21 a 30 anos) são maioria, respondendo por 52%.
Entre os assinantes, 78% são casados, 83% têm filhos morando em casa e 68% preferem ver os canais eróticos acompanhados. Nessa plateia, onde 78% dizem ver conteúdo erótico para “apimentar a relação”, a idade média fica acima dos 40 anos, com predomínio das classes A e B – diferentemente do consumidor avulso, onde a maioria é B e C. Outro mito que se desfaz na pesquisa é de que a madrugada conspira a favor de tal entretenimento. Ainda que o pico de audiência seja aos sábados, após as 22h, os dados do Sexy Hot chamam a atenção para o consumo na faixa vespertina, entre 14h e 18h. As vendas avulsas, nesse horário, também chegam a superar os acessos da madrugada.
O comportamento, de modo geral, explica por que o fácil acesso gratuito a conteúdo pornô na internet não derruba essa indústria paga na TV. “É outro espectador, o consumidor da internet é solitário, diferente de quem gosta de fazer isso acompanhado”, explica Paleta. O grupo vendeu 2,3 milhões de filmes no vídeo sob demanda e no pay-per-view no 1.º semestre deste ano. E espera superar os 5 milhões alcançados em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.