Em um momento em que se discute o reflexo do uso de substâncias dopantes no passado sobre os bons resultados de Justin Gatlin na temporada, o ouro dos 100 metros rasos nos Jogos Pan-Americanos entre as mulheres ficou com uma atleta que volta de suspensão por doping: a jamaicana Sherone Simpson.
Dona de três medalhas olímpicas, incluindo a prata nos 100m em Pequim-2008, Sherome foi pega no doping em meados de 2013, pelo estimulante oxilofrine. Ela e Asafa Powell faziam parte da mesma equipe e testaram positivo para a mesma substância. Ambos receberam suspensão de 18 meses, mas apelaram e tiveram a pena reduzida, sendo liberados para competir em meados do ano passado.
Desde então, Simpson não havia conseguido correr abaixo dos 11s. Na final em Toronto, nesta quarta-feira, cresceu nos últimos trinta metros para tirar a vitória da norte-americana Barbara Pierre. Venceu com 10s95 e comemorou como se o ouro fosse olímpico.
Já Pierre, que correu a semifinal em 10s92, não entendeu como perdeu a vitória. Na última passada, foi deixada para trás não só pela jamaicana, mas também pela revelação equatoriana Angela Tenorio. A menina de 19 anos, dona de quatro medalhas em Mundiais de base, bateu o recorde sul-americano, com 10s99.
Assim, conseguiu o que tanto queriam Ana Cláudia Lemos e Rosângela Santos: baixar a casa dos 11 segundos. Ambas acreditavam que fariam isso em Toronto. Rosângela terminou em quarto, com 11s04, igualando a melhor marca da carreira. Ana Cláudia mais uma vez falhou em finais. Depois de correr as eliminatórias em 10s96 (com ajuda do vento, o que invalida a marca como recorde), fez só 11s15 na final e terminou em sétimo.