Variedades

Show homenageia a cantora Édith Piaf

Em janeiro deste ano, quando a versão mais recente do espetáculo Piaf! O Show saiu da França pela primeira vez, a cantora francesa Anna Carrere não estava nada bem. Vinha misturando gripe e bronquite fazia duas semanas e, na estreia em Luxemburgo, estava com a voz comprometida. “Encontre um médico e me dê um remédio”, disse a cantora ao produtor e diretor do espetáculo, Gil Marsalla. “Eu vou cantar esta noite.” Ela confessa que estava muito mal durante o show, mas aguentou até o fim. “Acho que pareço com Édith Piaf nesse ponto. Mesmo doente, fazemos o show”, diz Anne, citando a grande cantora francesa em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Ela, de fato, se parece com Piaf neste e em outros pontos. Talvez isso explique o sucesso do espetáculo, que, após passar por algumas cidades do Brasil em março, volta, apenas dois meses depois, para repetir o feito. A turnê que começou na última terça, em Belo Horizonte, faz três apresentações em São Paulo a partir desta quinta-feira, 7, e, depois, segue para o Rio, Ribeirão Preto, Brasília, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre.

O show cênico que já existe há algum tempo ganha sabor especial este ano, que marca o centenário do nascimento de Édith Piaf (1915-1963). Baseado no filme Piaf – Um Hino ao Amor (2007, direção de Olivier Dahan), o espetáculo é dividido em dois atos. O primeiro se passa na região parisiense de Montmartre, nos anos 1930, quando Piaf era uma jovem paupérrima que cantava na rua e em alguns bares para sobreviver. A segunda parte começa em 1961, quando a cantora se apresenta na famosa casa de shows Olympia, em uma de suas performances mais memoráveis.

Mais de 20 canções integram o repertório, entre elas, sucessos que ficaram marcados na voz de Piaf, como Mon Manège à Moi, La Vie en Rose, e Non, Je ne Regrette Rien.

Nascida em Toulon, Anne estudou música e teatro desde criança até que, aos 17 anos, decidiu levar a arte como profissão. Após anos cantando na França, ela fez uma audição para o elenco do espetáculo Paris! O Show, que também tinha direção de Marsalla. O encenador ficou tão encantado com a potência da voz de Anne que imediatamente ofereceu a ela o papel de Piaf. “A preparação para dar vida a Piaf não foi complicada. Trabalhei um pouco a fonética, a articulação e o r, que arranha a garganta. O resto é a força da minha voz. Eu tenho a sorte de tê-la”, diz a cantora, sem se preocupar com a modéstia.

Ela também viu o filme diversas vezes, leu livros sobre Piaf e encontrou com Germaine Ricord, cantora que, por três anos, abriu os shows de Piaf e virou sua confidente. No encontro, Germaine elogiou a performance de Anne e contou anedotas que ajudaram a cantora e atriz a entender como a temperamental Piaf agia e pensava.

Para Anne, o sucesso do espetáculo se explica pela força de Piaf, por sua história de vida e pela honestidade crua, que era uma de suas marcas. “Estou muito orgulhosa de fazer esse papel”, diz, com a mesma sinceridade que reconhece em Piaf. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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