Uma parte dos silos de grãos do porto de Beirute, destruído na enorme explosão que abalou a capital do Líbano em 2020, desmoronou no domingo, 31 – há poucos dias da tragédia na zona portuária completar dois anos.
A estrutura cedeu após semanas de um incêndio que bombeiros e militares não conseguiram controlar, e que autoridades e especialistas apontam ter começado a partir da combinação da fermentação de restos de grãos no local e do calor do verão no Hemisfério Norte.
O bloco norte dos silos tombou após o que soou como uma explosão, levantando uma espessa onda de poeira e cinzas que envolveu a estrutura icônica e o porto localizado próximo a uma área residencial, como mostram vídeos compartilhados nas redes sociais. Não ficou imediatamente claro se alguém ficou ferido.
Os silos de 50 anos e 48 metros de altura resistiram à força da explosão há dois anos, protegendo efetivamente a parte ocidental de Beirute da onda de impacto que matou mais de 200 pessoas, feriu mais de 6 mil e danificou bairros inteiros.
Em abril, o governo do Líbano havia ordenado a demolição da estrutura, mas a decisão foi suspensa após protestos das famílias das vítimas da explosão de 2020, que alegaram que o local poderia ter evidências úteis para a investigação judicial sobre o incidente de dois anos atrás, e que o espaço deveria ser transformada em um memorial às vítimas.
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Porém, em julho, um incêndio começou no bloco norte dos silos, segundo autoridades pela combinação da fermentação de restos de cereais anteriormente estocados ali e do calor do verão libanês. Bombeiros e militares libaneses tentaram apagar o fogo, mas autoridades e especialistas interromperam o combate direto às chamas, temendo que a umidade adicional da água piorasse a situação.
Os silos continuaram a queimar por semanas, enquanto o fedor dos grãos fermentados se espalhava por bairros próximos. Moradores e sobreviventes da explosão de 2020 disseram à Associated Press que ver os silos fumegantes era como reviver o trauma da explosão no porto.
De acordo com Youssef Mallah, do departamento de Defesa Civil libanês, outras partes do bloco norte dos silos estão em risco e outras partes da estrutura gigante ainda podem desmoronar. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)