Estadão

Simulações apontam para tendência de estabilização da dívida em 2027, diz secretário do Tesouro

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta quarta-feira, 19, que o cenário central do governo aponta para a estabilização da trajetória da dívida pública a partir de 2027, considerando a curva de juros atual e a aprovação do novo arcabouço fiscal, apresentado na terça-feira.

"A trajetória da dívida depende do resultado primário, do crescimento da economia e do nível da taxa de juros. A curva de juros hoje está acima da nossa média histórica, 1,5 ponto acima da média e 2 pontos acima do que tivemos no passado recente. Nesse cenário, nossas simulações apontam para tendência de estabilização da dívida em 2027", afirmou, em entrevista à <i>GloboNews</i>.

Segundo Ceron, em um cenário de redução de 1 p.p. na curva de juros, estabilização da dívida chegaria já em 2026. "Com a redução de ruídos e incertezas, a redução da curva de juros virá naturalmente. Se os juros caírem mais, dívida já cairá em 2026 mesmo se fizermos apenas o piso das metas de primário", projetou.

Por outro lado, em um cenário mais pessimista, o arcabouço só estabilizaria a trajetória da dívida em 2029 ou 2030. "A discussão sobre estabilização da dívida é se ocorrerá em 2026, 2027, 2028 ou 2029, mas vai acontecer", completou.

Questionado sobre o nível da Selic praticada pelo Banco Central, Ceron limitou-se a responder que torce por taxas de juros menores, como todo cidadão.

O secretário se comprometeu a tomar as medidas fiscais necessárias para permitir que o BC possa reduzir os juros.

"A política monetária afeta uma parte importante da dívida pública no curto prazo. No longo prazo também pesam outras questões estruturais e o arcabouço pode trazer fechamento da curva de juros mais longa", completou o secretário.

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