Estadão

Sinais de retomada ainda em andamento nos EUA permitem alta do Ibovespa

Renovados sinais de retomada da economia americana, mas que ainda não está em pleno vigor, permitem um segundo dia de alta do Ibovespa, que segue a maioria das bolsas de Nova York (apenas Nasdaq caía 0,06% às 10h40). Por lá, o sinal positivo vem seguida de dados de atividade e de inflação reforçando que pode ser ainda cedo para que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) comece a retirar estímulos da economia e, consequentemente, antecipe o processo de elevação do juro básico.

Um dos indicadores informados, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, cresceu à taxa anualizada de 6,4% no primeiro trimestre de 2021, e frustrou a expectativa média de expansão de 6,6% no período. Já o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego caiu 38 mil, a 406 mil, ante projeção de 425 mil solicitações.

Apesar da alta na B3, o movimento é moderado, ainda com investidores receosos quanto ao processo de aceleração da inflação no mundo, especialmente nos EUA. Agora, o próximo indicador mais esperado nos EUA é o índice de preços dos gastos com consumo (PCE), que será informado amanhã.

"A maior discussão agora é o timing do Fed, se irá mexer no programa de estímulos, quando começará a subir o juro, quando pode parar de comprar títulos. E um PIB um pouco abaixo do esperado é positivo, pois naturalmente o mercado tem a leitura de que essas compras títulos vão continuar", afirma Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset.

A despeito da alta modesta do Ibovespa, tenta sustentar-se acima dos 124 mil pontos. Ontem, o índice brasileiro fechou com valorização de 0,81%, aos 123.989,17 pontos. O próximo objetivo é buscar a marca inédita acima dos 125.300 pontos registrada em janeiro deste ano.

Em meio à instabilidade nas cotações do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobrás tinham sinais mistos perto de 11 horas: PN subia 0,15% e ON cedia 0,20%. Já o setor de commodities metálicas tinha nova valorização. Se de um lado minério de ferrou fechou em baixa de 1,63%, a US$ 189,73 a tonelada, no porto chinês de Qingdao, após ficar fechado ontem devido a um feriado local, no mercado futuro da China subiu em torno de 1%. Vale ON, por exemplo, tinha elevação de 1,30%. O Ibovespa subia 0,16%, aos 124.186,92 pontos, após máxima aos 124.36,66 pontos.

Depois do Caged mostrar geração de vagas formais pelo quarto mês consecutivo em abril, ontem, hoje saiu um novo dado reforçando tendência de recuperação da atividade. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV voltou a subir em maio, apontando para recuperação do setor à frente.

A taxa de desemprego na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua ficou em linha com a mediana de 14,7% no trimestre até março. O dado ficou maior que o nível de 14,40% no período finalizado em fevereiro e de 14,60% visto há um ano. As estimativas no levantamento do Projeções Broadcast iam de 14,40% a 15,10%.

Em meio a esses sinais mistos da economia brasileira, fica ainda no radar o avanço da pandemia de covid-19 no País e a possibilidade de uma terceira onda da doença. "Se começarmos a ver fechamentos da atividade nas principais regiões metropolitanas, vai colocar uma água fria nas expectativas de crescimento, que estão sendo elevadas", alerta Orefice.

Em tempo: na terça-feira, 25, fluxo de estrangeiro ficou negativo em R$ 426 milhões, informam fontes ao <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Apesar disso, o montante registrado em maio segue positivo em R$ 8,332 bilhões e o do ano, em R$ 27,512 bilhões.

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