No segundo dia de paralisação de trabalhadores da Eletrobras, cinco sindicalistas ligados ao movimento grevista foram detidos pela Polícia Militar durante manifestação na porta da empresa. Eles foram encaminhados à delegacia, no Centro do Rio, e foram liberados no final da tarde. De acordo com a Eletrobras, os sindicalistas foram detidos por “impedirem a entrada de trabalhadores e desacatarem o oficial militar”.
Foram detidos os diretores da Associação de Empregados da Eletrobras (AEEL), Eduardo Luiz e Dejalmar de Pinho, além de Emanuel Mendes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia), Sidney Pascoutto e Eduardo Ramos, diretores de outras duas entidades sindicais da categoria. Segundo a Aeel, eles foram detidos “durante o exercício legitimo e constitucional do direito de greve de forma truculenta”.
Emanuel Mendes informou que a Polícia Militar foi acionada pela própria Eletrobras. “Foi a primeira vez que aconteceu de chamarem a polícia. Estávamos fazendo trabalho de convencimento com outros trabalhadores sobre a greve, quando chegaram três viaturas com truculência. Nós reagimos e nos deram ordem de prisão”, afirmou o sindicalista.
Em nota, a Eletrobras indicou que “lamenta profundamente” a detenção dos sindicalistas. “A companhia reitera o respeito ao direito de greve de seus empregados e a posição de não aceitar qualquer ato que impeça o acesso à empresa daqueles que desejem trabalhar”, informa o comunicado.
As negociações entre a empresa e os representantes dos trabalhadores estão suspensas. De acordo com a estatal, a negociação só será retomada após o término da greve, agendado para esta quarta-feira, dia 6. Um novo ato foi agendado pelos sindicalistas em frente à sede da estatal, no centro do Rio. De acordo com Emanuel Mendes, a paralisação tem adesão de 95% dos trabalhadores administrativos da estatal nas 17 unidades que compõem o sistema Eletrobras.
Os sindicalistas reivindicam reajuste salarial de 9,8%, referente a inflação em 2015. A Eletrobras ofereceu uma antecipação de 5% aos trabalhadores, que rejeitaram a oferta. Segundo a empresa, as negociações são conduzidas “dentro das atuais condições econômico-financeiras” mas “ainda não foi encontrada uma solução financeiramente viável para o acordo”.