Auditores da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais poderão entrar em greve por três meses, a partir de fevereiro, em protesto contra o parcelamento de salários dos servidores públicos anunciada pelo governo do Estado. A informação é do presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual (Sindifisco-MG), Lindolfo Fernandes de Castro. “Temos que colocar em votação junto à categoria, mas o posicionamento da direção da entidade é puxar pela paralisação”, afirmou o sindicalista. Os auditores são os responsáveis pela fiscalização do pagamento de impostos e cobrança de tributos em atraso.
Por ter salários mais elevados, acima de R$ 6 mil, a categoria, conforme anunciou o governo de Minas, está entre os 8% dos servidores públicos estaduais que receberão o salário em três parcelas nos meses de fevereiro, março e abril. Na quarta-feira, o Sindifisco entrou com mandado de segurança contra a decisão do governo. Ainda conforme o anúncio do governo, servidores com vencimentos entre R$ 3 mil e R$ 6 mil, que são 17% do total, receberão em duas vezes. Os salários até R$ 3 mil, 75% dos servidores, serão pagos de uma só vez, no quinto dia útil.
Apesar da possibilidade de greve dos auditores, o diretor-político do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público no Estado de Minas Gerais (Sindipúblicos), Geraldo Antonio Henrique da Conceição, acredita que a decisão do governo de pagar a maior parte do funcionalismo de uma só vez, no quinto dia útil, ou seja, sem alteração até mesmo na data do depósito na conta corrente dos trabalhadores, deverá fazer com que paralisações sejam localizadas entre a categoria. “Isso desmobilizou o conjunto dos servidores, que já se preparavam para protestar contra o governo depois do atraso ocorrido em janeiro”. O salário pago no mês, que deveria cair na conta dos servidores no dia 8, só chegou aos funcionários no dia 13.
A justificativa do governo para o parcelamento é o recuo na arrecadação de impostos e as péssimas condições financeiras do Estado herdadas de gestões anteriores. O déficit previsto para o ano passado nas contas públicas de Minas Gerais está previsto em R$ 10 bilhões. Segundo Geraldo Henrique, como a maior parte da categoria não terá alteração na forma de recebimento do salário, é possível que até mesmo a paralisação que vinha sendo organizada pelo Sindipúblicos para ocorrer no dia 27 não seja realizada. A decisão sai em assembleia que acontece nesta terça, 19.