Ainda hoje, em plena democracia, restam muitas dúvidas ou preconceitos com relação à atuação dos Sindicatos.
Por isso, volta e meia, setores da imprensa criticam ações sindicais, sejam greves, passeatas, atos públicos ou a simples tomada de posição em uma questão política, sem procurar suas reais e justas motivações.
Numa democracia, todos devem agir conforme a lei. Para uma entidade de classe de trabalhadores, agir conforme a lei não significa, em absoluto, abrir mão de sua autonomia frente aos poderes econômico e político.
Sendo assim, é papel do Sindicato atuar pelo aperfeiçoamento da democracia e por mais equilíbrio na sociedade. Ou seja, a luta institucional faz parte da vida efetiva de um Sindicato, indo além da atuação corporativa, em defesa de sua categoria profissional.
Digo isso para reafirmar que nosso Sindicato sempre apoiou as lutas populares nos bairros, buscando a melhoria da qualidade de vida das famílias. Até porque quem mora nos bairros, principalmente da periferia, são justamente os trabalhadores por nós representados.
O movimento sindical brasileiro tem longa folha de serviços à Nação: na luta contra o nazifascismo na Segunda Guerra; no apoio aos avanços do governo Vargas; na defesa da posse do presidente Juscelino (que setores reacionários queriam impedir); contra o golpe de 1964; contra a ditadura; nas lutas contra a carestia; no movimento por anistia; nas mobilizações por eleições diretas; no fora Collor; e em tantos outros momentos, o sindicalismo sempre se fez presente.
Temos, portanto, uma experiência acumulada em torno de causas nobres e justas, como acontece agora com a política de valorização do salário mínimo; a defesa da indústria nacional; por aumento real para aposentados e pensionistas; e pela aplicação de 10% do PIB na Educação.
Bairros – Nas últimas semanas, a própria imprensa divulgou o apoio do Sindicato a mobilizações de moradores nos bairros Parque Primavera e Jardim Santo Afonso. E o que o Sindicato fazia nesses locais? Levava apoio à luta contras as enchentes, que invadem as casas, destroem móveis, espalham doenças e atormentam as famílias.
Teve um órgão de imprensa que entendeu essa ação como desvio de função do Sindicato. Ora, a função básica do Sindicato é lutar por mais justiça social, dentro e fora das fábricas. Por isso, continuaremos apoiando as lutas dos moradores para que os bairros tenham infraestrutura e ofereçam condições dignas a seus moradores.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
