Presidente do sindicato das escolas particulares de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva se diz a favor da inclusão escolar, mas ressalta que alunos com distúrbios do neurodesenvolvimento, como é o caso de autistas, têm se tornado um "problema" para as escolas. "Quando se faz inclusão com aluno com deficiência física é uma coisa, mas quando se faz com quem tem problema mental é outra. Hoje, o que tem dado mais problema para as escolas são os alunos autistas, especialmente os agressivos", diz.
Silva afirmou ao Estadão que tem conversado com a Secretaria de Estado da Educação para que se limite o número de autistas por sala. "Inclusão tem de ser feita com responsabilidade. Se não, acaba atrapalhando e não ajudando a criança, que não tem culpa do jeito que nasceu. A minha escola sempre fez inclusão, mas nossa proposta é que se limite esse número de autistas a dois ou três por sala." Sobre a recusa de matrículas por instituições privadas, Silva reafirma a ilegalidade e diz que o sindicato orienta sempre pelo acesso. "A escola tem de se moldar ao aluno e não o contrário, mas não temos a competência de fiscalizar ou punir. Tem escola que realmente não aceita."
O promotor João Paulo Faustinoni e Silva, coordenador do Geduc (Grupo de Atuação Especial da Educação), afirma que qualquer tentativa de limitação de alunos por deficiência será combatida na Justiça. "A escola é para todos e é para cada um. Qualquer norma nesse sentido será questionada. Do ponto jurídico, limitar três alunos por sala seria o mesmo que só permitir três alunos negros por exemplo." Ele afirma que o Geduc trabalha para que as secretarias de Educação disciplinem a fiscalizem a rede privada. "É preciso que se garanta o acesso e também a permanência." As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>