No último dia 25 de abril, foi sancionada pelo prefeito Sebastião Almeida a Lei no. 6.833, de minha autoria, que garante assistência médica e psicológica aos professores da rede municipal que sofrem de Síndrome de Burnout. Trata-se de uma doença que pode afetar qualquer tipo de profissional, embora a incidência maior recaia, principalmente, sobre quem lida com um grande número de pessoas.
O nome Síndrome de Burnout vem do inglês to burn out, que significa queimar por completo. No Brasil, ela também é chamada de síndrome do esgotamento profissional. Está cadastrada na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) sob o código Z73.0. A doença foi descrita pelo psicanalista nova-iorquino Herbert Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início da década de 70.
De acordo com a pesquisadora Nádia Leite, da Universidade Federal de Brasília, a Síndrome de Burnout não deve ser confundida com o estresse – enquanto o estresse se caracteriza pela luta do organismo em recobrar o equilíbrio físico e mental, a síndrome é a desistência dessa luta. Quando doente, o profissional não se ausenta fisicamente do trabalho, mas não consegue se envolver emocionalmente com o que faz.
O principal sintoma das pessoas acometidas por Burnout é a ausência de fatores motivacionais como energia, alegria, entusiasmo, interesse, satisfação, autoconfiança e humor, entre outros.
No caso dos professores, a exaustão física e emocional começa com um sentimento de desconforto e aumenta gradativamente, na medida em que a vontade de lecionar diminui. Dar aulas é uma tarefa complexa, que exige dedicação associada ao domínio do conhecimento, didática adequada, e capacidade emocional de compreender e se fazer compreender.
Infelizmente, com a visão sobre a importância do professor em constante mudança, temos observado o desrespeito sofrido por esses profissionais, vindo de alunos, familiares e também de governos. O resultado disso é a transformação da escola em um ambiente de conflitos e violência constantes. Além disso, outros fatores, como os baixos salários, os escassos recursos materiais, a superlotação de salas de aula e o excesso de carga horária, entre outros, podem ser fatores que desencadeiam a Síndrome de Burnout.
A intenção dessa nova lei municipal é prevenir e dar assistência aos professores que sofrem desse mal na nossa cidade, ajudando-os a vencer possíveis preconceitos e discriminação.
José Luiz Guimarães
Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna