O atual presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi, foi reeleito com 97,08% dos votos, de acordo com a Autoridade Eleitoral Nacional. A campanha foi marcada pela prisão ou remoção da candidatura de todos os oponentes sérios de Sisi, sendo que o único rival nas urnas era um dos aliados do presidente. Agora, seus aliados procuram por maneiras de estender o mandato de Sisi para além do limite atual.
Para alguns de seus partidários, manter Sisi no cargo garantiria estabilidade num momento crucial para o Egito. O governo está lutando contra uma insurgência do Estado Islâmico na Península do Sinai enquanto tenta estimular a economia, na qual cerca de um terço dos jovens está desempregado.
Os aliados planejam uma reforma constitucional que permitiria ao ex-general Sisi ficar no poder além de oito anos. No projeto de emenda à Constituição que será apresentado pelo parlamentar Ismail Nasreddin, a proposta é aumentar o mandato presidencial de quatro para seis anos, elevando o limite total de anos no poder para 12.
“A Constituição não é um texto sagrado”, disse Nasreddin. “Países em desenvolvimento precisam de mais tempo para implementar seus planos”, complementou.
Outros legisladores propõem, ainda, remover o limite de dois mandatos consecutivos, tendo em vista a reforma feita na China recentemente. Em meados de março, o Congresso Nacional do Povo acabou com uma regra implementada há 35 anos que limitava em dois o número de mandatos em sequência.
“Não há nenhum país maior do que a China, e eles acabaram de mudar a Constituição para dar ao presidente um mandato aberto, até o fim da vida”, disse o apresentador de televisão Imad Eddin Adib na semana passada.
Para alguns, a perspectiva de uma presidência indeterminada aumenta comparações a líderes passados, como Hosni Mubarak, que governou durante 30 anos, até se ver num desequilíbrio com as forças de oposição e renunciar ao cargo, em meio aos protestos da Primavera Árabe. Fonte: Dow Jones Newswires.