O Sistema Cantareira registrou um volume útil de 73,25% – maior percentual de armazenamento de água desde 5 de agosto de 2012 (73,3%), nesta terça-feira. Como o maior manancial da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) terminou fevereiro com um volume útil acima de 60%, o Sistema Cantareira voltou a operar na faixa de operação Normal desde 1º de março, o que não acontecia desde maio de 2020. O volume útil é aquele disponível para os usos da água e, somado ao volume morto, resulta na capacidade máxima de armazenamento do reservatório.
A recuperação do armazenamento dos reservatórios do Sistema Cantareira se deve às vazões afluentes (que chegam ao manancial) dos últimos meses, que, embora tenham ficado abaixo da média durante todo o ano de 2022 e superado a média somente em fevereiro de 2023, contribuíram para o aumento do armazenamento no Sistema.
Outro motivo para essa recuperação do Cantareira são as condições de operação definidas na Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 925/2017, que limitam a retirada de água, de acordo com a faixa de operação verificada. As intervenções e obras implementadas pela Companhia de Saneamento B&a acute;sico do Estado de São Paulo (SABESP) também contribuíram para a melhora no quadro, já que interligaram o Sistema e introduziram novas fontes de água, como a transferência de água do reservatório da usina hidrelétrica Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul.
Com o retorno da faixa de operação Normal, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo poderá captar até 33 metros cúbicos por segundo dos reservatórios do Sistema Cantareira, que é o limite máximo estabelecido pela Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 925/20 17.
Desde janeiro deste ano, o Sistema Cantareira vinha operando na faixa de Atenção, quando o manancial acumula entre 40% e 60% de seu volume útil o no fim do mês anterior, conforme a Resolução Conjunta nº 925/2017 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE/SP), situação que permite à SABESP captar até 31m³/s desse conjunto de reservatórios formado pelas represas Jacareí, Jaguari, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.
A Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 925/2017 define cinco faixas de operação do Cantareira para aumentar a segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo e dar previsibilidade sobre as condições operativas futuras. Isso permite o planejamento do uso de suas águas pela SABESP, que capta do manancial para abastecer cerca de 9 milhões de pessoas na RMSP. Saiba como o armazenamento registrado ao fim de cada mês determina a faixa de operação do mês seguinte.
- Faixa 1 – Normal: volume útil acumulado igual ou maior que 60% e limite de retirada de 33,0 m³/s;
- Faixa 2 – Atenção: volume útil acumulado igual ou maior que 40% e menor que 60% e limite de retirada de 31,0 m³/s;
- Faixa 3 – Alerta: volume útil acumulado igual ou maior que 30% e menor que 40% e limite de retirada de 27,0 m³/s;
- Faixa 4 – Restrição: volume útil acumulado igual ou maior que 20% e menor que 30% e limite de retirada de 23,0 m³/s;
- Faixa 5 – Especial: volume acumulado inferior a 20% do volume útil e limite de retirada de 15,5 m³/s.
A gestão do Sistema Cantareira é de responsabilidade da ANA e do DAEE/SP. Apesar de o manancial estar localizado integralmente em território paulista, ele recebe água de rios de domínio da União, na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (bacias PCJ). A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo fazem o acompanhamento diário por meio dos dados de níveis da água, vazão e volume armazenado, que podem ser acessados via Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR), http://sar.ana.gov.br/, ou pelo site www.gov.br/ana/pt-br/sala-de-
O Sistema Cantareira é formado por cinco reservatórios: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro. Os quatro primeiros ficam nas bacias PCJ e o Paiva Castro está na bacia do Alto Tietê. Suas águas são conectadas por túneis subterrâneos e canais, formando o Sistema Equivalente do Cantareira com volume útil total de 981,56 bilhões de litros.