O site "bolsonaro.com.br", que faz críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou ao ar nesta terça-feira, 6, com relatos de ameaças ao criador da plataforma. O domínio já foi usado para divulgar ações do governo, mas foi comprado neste ano por um crítico do chefe do Executivo e passou a retratá-lo como uma "ameaça" ao Brasil e o compará-lo com o ditador alemão Adolf Hitler.
Na última quinta-feira, dia 1º, um dia após a campanha de Bolsonaro decidir acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrubar a página, o site havia sido desativado. Agora, o ambiente digital mostra em uma seção intitulada "Retrato do ódio" e-mails que teriam sido encaminhados a seu criador, Gabriel Baggio Thomaz. "Seus dias estão sendo contados, cuidado que o carro da linguiça vai passar", diz uma das ameaças. "Esquerda maldita. Pena que os militares de 64/84 não exterminaram todos, sobrou alguns ratos pra pisarmos em cima!", diz outra.
"Para cada mensagem de ódio, há 50 mensagens de incentivo e apoio. A intimidação não cala uma nação. Não estamos sozinhos", afirma o site, que associa o presidente à ascensão do neofascismo, à corrupção generalizada, ao enfraquecimento do Estado Democrático de Direito, ao aliciamento das Forças Armadas e à corrosão das eleições.
O conteúdo com críticas ao presidente também voltou ao ar. "Bolsonaro nunca escondeu que é autoritário. Em suas três décadas como político, ele sempre apoiou a violência, a estupidez, e a quebra da ordem democrática", diz o site, que também exibe charges em que o presidente Jair Bolsonaro é retratado como demônio e aparece beijando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, entre outros líderes com quem tem afinidade ideológica.
O site faz críticas ao orçamento secreto, ao dizer que quem dá as cartas são o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. "Conhecido como a Tchuchuca do Centrão , Bolsonaro entregou os cofres do País a políticos corruptos para se firmar no poder, sem deixar de enriquecer sua própria família", afirma outro trecho.
Bolsonaro também é atrelado à "política da morte", devido ao negacionismo do presidente na pandemia de covid-19, à disseminação de desinformação, à incitação ao ódio e a violência, ao "fim da decência" e à subserviência a potências estrangeiras. "Logo poderemos comemorar o fim desta terrível presidência, mas não vamos nos iludir: o bolsonarismo persistirá. A batalha contra o neofascismo deve continuar. Resistiremos e venceremos", diz uma mensagem do site, que faz uma contagem regressiva para o fim do atual mandato do chefe do Executivo.