O refinanciamento de dívidas junto ao Governo Federal e a obtenção de recursos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem amenizar a agonia vivida pelo Hospital Stella Maris nos últimos anos. A informação foi do diretor administrativo da instituição, Ronaldo Rafael de Oliveira, em reunião do Observatório de Guarulhos nesta quinta-feira, 4 de setembro, na sede da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE).
Muito seguro, Oliveira não fugiu aos questionamentos colocados pelos participantes do movimento. De acordo com o dirigente, o hospital passa por uma grave crise, mas não vem se furtando de implementar ações que permitam sanar suas dívidas. Para ele, o refinanciamento das dívidas junto ao Governo Federal e a obtenção de recursos através do BNDES podem aliviar o sofrimento da instituição, que possui uma dívida em torno de R$ 60 milhões.
Oliveira salientou que o hospital não pode ficar dependente do poder público e, por isso, resolveu investir no setor de alta complexidade. Ele contou que busca uma parceria junto a uma empresa da cidade para a ampliação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Estamos fazendo o que é possível ser feito”, completou.
Jorge Taiar, presidente da ACE-Guarulhos, considerou o encontro produtivo e aproveitou para anunciar que a entidade pretende retomar o movimento “Stella Maris para Sempre”, com o apoio de outras entidades. “Foi uma ação iniciada pelo Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE) da ACE e que pretendemos retomar com a ajuda de outras entidades. Nós, empresários, podemos fazer muito mais pelo hospital”, disse.
Tereza Pinho, secretária municipal adjunta de Saúde, informou que a Prefeitura de Guarulhos tem acompanhado o caso do HSM. “Temos acompanhado e queremos que o hospital se equilibre. Estamos juntos trabalhando para conseguir financiamentos, já que, sem recursos, ninguém conseguirá fazer milagres”, informou.
Salários – Quanto ao pagamento do corpo clínico do hospital, que se encontra atrasado em quase 30 dias, o diretor Ronaldo Oliveira anunciou que o débito deverá ser sanado ainda hoje. No entanto, Oliveira ressaltou que só conseguirá manter o pagamento dos profissionais em dia, pelo menos até dezembro, caso consiga um novo empréstimo junto a Caixa Econômica Federal.
Hospital Escola – A secretária adjunta municipal de Saúde, Tereza Pinho, confirmou que o Hospital Stella Maris será “Hospital Escola” a partir de 2015, quando a cidade passará a contar com uma faculdade de medicina. Com o anúncio, a instituição passará a contar com novos recursos do Governo Federal.
A informação foi confirmada pelo diretor do HSM Ronaldo Rafael de Oliveira. Segundo o dirigente, a medida já teria sido aprovada em Brasília, faltando somente o anúncio oficial.
Crítica – O médico cardiologista e ex-vereador José Mário criticou as últimas administrações do HSM, mas poupou a atual diretoria, o qual classificou de bem intencionada. As principais críticas do médico são quanto à tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e ao sistema de gestão de saúde do Governo Federal, que segundo ele, não investe 10% do orçamento no setor.
Mário elogiou o Governo do Estado de São Paulo e a Administração Municipal que, para ele, tem se mostrado mais atentos aos problemas. “A atenção do governo municipal tem sido maior ao da União. Por outro lado, as duas administrações estão no poder há anos e parecem que não se conversam para resolver a situação”, disse.
Além dos integrantes do Observatório de Guarulhos, a reunião contou com a presença do vereador Romildo Santos (PSDB), Miguel Bueno (assistente da diretoria do HSM), integrantes do conselho gestor do HSM, entre outros.