Em agosto, as vendas de cimento registraram números próximos ao mesmo mês de 2021 com um leve aumento de 0,1%, atingindo 5,9 milhões de toneladas. No acumulado do ano foi registrado recuo de 2,9%.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a atividade está travada por conta do cenário econômico instável marcado por juros altos, elevado endividamento e renda baixa dos brasileiros.
Ao se analisar o despacho do insumo por dia útil nota-se uma queda de 3,9% sobre o mesmo mês do ano passado, ou seja, comercialização de 234,6 mil toneladas por dia em agosto de 2022.
"O setor continua sendo afetado por fatores domésticos relevantes que impactam sua recuperação. A Selic ainda em patamares elevados de 13,75% aumenta os custos de crédito, e a renda disponível por parte das famílias segue amplamente comprometida", diz o Snic em nota.
Mesmo sem as restrições impostas pela pandemia, o mercado imobiliário, que utiliza muito o cimento, sinaliza queda no número de lançamentos de 6% no primeiro semestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado. As vendas imobiliárias tiveram alta de 1,4% na mesma base comparativa. Esse movimento faz com que o estoque de obras diminua e, consequentemente, piora a perspectiva das vendas de cimento, segundo o sindicato.
O desempenho do programa Casa Verde Amarela também apresentou retração. Os lançamentos caíram 28,1% e as vendas 5,6% nos seis primeiros meses do ano em comparação com 1º semestre de 2021. O programa responde hoje por 36% dos lançamentos, quando antes chegou a 60%. Ainda não foram sentidos os efeitos das últimas medidas tomadas para impulsionar o programa.