Um soldado que fazia a segurança da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, foi assaltado e teve uma espingarda calibre 12 roubada na madrugada da última quinta-feira. O militar estava sozinho em um dos pontos de vigia quando foi rendido por três homens armados. Ficou como refém por uma hora e meia, até que os bandidos o largaram e fugiram com a espingarda.
No depoimento, o soldado Danilo Marques afirma que os assaltantes “entraram pelo mato”, onde ele estaria fazendo guarda, e que seria dentro da área reservada da Granja.
O Comando Militar do Planalto, responsável pela segurança do Torto e do Palácio do Planalto, admitiu em nota o roubo, mas classificou de “extravio” e afirma que o “incidente” ocorreu na área externa. “As investigações estão sendo conduzidas por meio do competente Inquérito Policial Militar, instaurado pelo Batalhão da Guarda Presidencial, que possui o prazo de trinta dias para a sua conclusão. A propósito, todas as hipóteses estão sendo investigadas de forma integrada com os órgãos de segurança pública e inteligência, visando a recuperação do armamento e o esclarecimento dos fatos”, diz a nota do CMP. Há também uma investigação da Polícia Civil.
O Comando diz ainda que o “evento” não ofereceu qualquer risco à segurança da Granja do Torto, já que existiriam várias linhas de defesa no local. O soldado foi afastado das suas funções “para averiguações”.
A Granja do Torto fica a cerca de 15 quilômetros do Palácio do Planalto e é uma espécie de casa de campo da Presidência da República, com 37 hectares, um lago artificial, piscina, quadras de esportes, churrasqueira, heliporto e uma área de mata nativa. O general João Figueiredo, último presidente da ditadura militar, chegou a morar na Granja. Fernando Henrique Cardoso evita frequentá-la, mas Luiz Inácio Lula da Silva costumava passar o final de semana no local e chegou a receber o ex-presidente americano George W. Bush no local para um churrasco. Dilma Rousseff já não vai a Granja com tanta frequência, mas hospedou lá o presidente de Cuba, Raúl Castro, durante o encontro dos países latino-americanos com o presidente chinês, Xi Jinping, em julho deste ano.