Os empresários da construção estão mais confiantes e mais propensos a investir. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção) subiu 0,9 ponto em relação a dezembro de 2019 e atingiu 64 pontos neste mês, o que é o maior nível desde dezembro de 2010, segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quarta-feira, 29, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice varia de zero a 100 pontos, sendo que acima de 50 revela que os empresários estão confiantes.
Esse aumento foi puxado, especialmente, pela percepção de melhora das condições atuais da economia brasileira, destaca a pesquisa. Essa melhora da confiança é percebida na maior disposição dos empresários do setor para investir.
Segundo a Sondagem, o índice de intenção de investimentos subiu 2,2 pontos em relação a dezembro e atingiu 44,4 pontos em janeiro, o maior valor desde setembro de 2014. Essa foi a quarta alta consecutiva do indicador que está 10,3 pontos acima da média histórica.
"O cenário econômico favorável, com juros baixos e inflação controlada, estimula as pessoas a fazerem a obra que estava sendo adiada ou comprar um imóvel", analisa a economista da CNI, Dea Fioravante, em nota divulgada pela CNI. "Isso aumenta a demanda por serviços da construção e tem impacto na propensão dos empresários para investir", completa a economista.
A pesquisa revela ainda que todos os índices de expectativas dos empresários aumentaram em janeiro na comparação com dezembro e continuam acima dos 50 pontos, o que indica que há perspectiva de aumento do nível de atividade, de novos empreendimentos, serviços e do emprego no setor nos próximos seis meses.
<b>Entraves</b>
Com relação aos principais problemas relatados pelos empresários do setor, a elevada carga tributária ainda está no topo na lista. O destaque da pesquisa, segundo a CNI, é que houve um recuo expressivo na frequência de citações para a demanda interna insuficiente.
Esse foi o tipo de problema que mais apresentou queda nas assinalações dos empresários, o que fez com o que o item caísse da segunda para a terceira posição no ranking dos principais problemas enfrentados pelo setor no quarto trimestre de 2019.
Segundo a CNI, o número de respostas que apontam a falta de demanda como problema do setor diminuiu de 35,5% no terceiro trimestre para 27,6% no quarto trimestre do ano passado.
Agora, o segundo lugar em problemas apontados é o excesso de burocracia. E em quarto, aparecem empatados a falta de capital de giro e as taxas de juros elevadas.
Com relação às condições financeiras da indústria da construção, a pesquisa aponta que houve uma melhora no quarto trimestre. O indicador de satisfação com a situação financeira da empresa aumentou para 44,4 pontos e supera em 3 pontos o valor registrado em igual período de 2018. O indicador de satisfação com a margem de lucro subiu para 40,3 pontos e está 3,8 pontos acima do último trimestre de 2018. O indicador de facilidade de acesso ao crédito subiu para 37,6 pontos.
A CNI avalia que "os indicadores de condição financeira ainda indicam insatisfação, por se situarem abaixo da linha divisória dos 50 pontos". Mas destaca que esses indicadores alcançaram o maior valor desde o fim de 2014, possivelmente influenciados pelas condições de estabilidade macroeconômica.
A Sondagem foi feita entre os dias 6 e 17 de janeiro com 493 empresas do setor.