O vereador Antonio Donato (PT) está apresentando na tarde desta terça-feira, 2, sua candidatura à Presidência da Câmara Municipal de São Paulo. Com apoio da maior parte da bancada e de vereadores como Antonio Carlos Rodrigues (PR), ex-presidente da Casa que volta à Câmara, as apostas são que ele deve ser eleito – no pleito que ocorre no dia 15.
A bancada petista da Câmara se encontrará novamente na próxima quinta-feira, 4, em uma reunião extraordinária que foi convocada apenas para decidir sobre o tema. A expectativa é que Donato seja candidato único da bancada petista, uma vez que os outros parlamentares cotados ao cargo, Paulo Fiorillo e Arselino Tatto, devem retirar suas candidaturas ainda nesta reunião.
Eleito, ele vai administrar a casa legislativa municipal mais cara do Brasil, com orçamento projetado para 2015 de cerca de R$ 600 milhões – dois quais R$ 44 milhões são gastos com comunicação.
A presidência da Câmara é vista como uma “recompensa” a Donato por seus trabalhos ao PT. Nas eleições passadas, ele teve forte atuação na região do Capão Redondo, zona sul, seu reduto eleitoral, para apoiar o vereador José Américo, atual presidente da Casa, que disputou (e venceu) eleição para deputado federal.
Donato também foi o principal articulador no PT paulistano da campanha que elegeu o prefeito Fernando Haddad. Quando foi indicado para disputar a Prefeitura por Lula, Haddad era desconhecido pela bancada municipal – e coube a Donato costurar a ligação entre as partes.
Por sua atuação, ele foi indicado ao cargo de secretário de Governo de Haddad. Mas caiu depois de ver seu nome citado por fiscais da Prefeitura que eram investigados durante a descoberta da Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS).
Donato sempre negou qualquer ligação com esse caso e nunca foi indiciado após as investigações, permanecendo com a ficha limpa. Ao sair da Prefeitura, passou o ano tendo uma atuação discreta na Câmara Municipal.
Com ligações estreitas com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Donato também tem uma relação próxima com o chamado “centrão” – grupo de vereadores que oscilam seu apoio ao governo. Haddad declarou hoje, em entrevista à TV Estadão, que “a bancada do PT tem 11 bons nomes” para ocupar o cargo.