Subiu para 30 o número de escolas ocupadas por estudantes e movimentos sociais no Estado de São Paulo contra a reorganização do ensino paulista e o fechamento de unidades. A Secretaria Estadual de Educação confirmou nesta terça-feira, 17, dez ocupações novas em relação ao dia anterior. A Apeoesp, principal sindicato dos professores do Estado, fala em 37 escolas ocupadas.
Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que o conteúdo perdido pelos anos nas escolas ocupadas será reposto só depois do encerramento do calendário oficial, estabelecido entre 18 e 23 de dezembro. As aulas devem se estender, portanto, até a semana do Natal.
Desde a semana passada, os alunos protestam e reivindicam que os colégios não sejam fechados no processo de reestruturação da rede de ensino que prevê que as escolas tenham ciclo único (ensino fundamental anos iniciais, finais ou ensino médio). Nos últimos dias os atos tiveram reforço de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que já ocupam ao menos sete unidades.
A Escola Estadual Prefeito Mário Avesani, em Santa Cruz das Palmeiras, região nordeste do Estado, entrou nesta terça-feira, 17, no segundo dia de ocupação pelos alunos em protesto contra a reorganização da rede estadual. Cerca de 40 estudantes do ensino médio dormiram no interior do prédio. Sem acesso às salas ocupadas, a direção decidiu suspender as aulas. Pais e outros alunos apoiam o movimento e mantêm vigília à frente do estabelecimento.
De acordo com a estudante Milena Fernanda de Brito, a escola atende 450 alunos do ensino fundamental 2 e ensino médio. A cidade de 30 mil habitantes tem outras duas escolas, mas os alunos não concordam com a transferência para as outras unidades. “Nossa escola é de bairro, onde moramos, e querem nos mandar para o centro”, disse. A Diretoria Regional de Ensino informou que toma providências para a desocupação da escola.
Também nesta terça, estudantes ocuparam a Escola Estadual Dr. Eloy de Miranda Chaves, na Vila Aparecida, em Jundiaí, interior de São Paulo. Os alunos pegaram as chaves e trancaram a unidade. Um grupo com cerca de 50 alunos permanece acampado no pátio interno.
Faixas e cartazes afixados no portão de entrada, grades e muros criticam o plano de reorganização. “Educação não é mercadoria”, diz uma das faixas. A escola oferece apenas o ensino médio. A Diretoria Regional de Ensino informou que negocia com os alunos a desocupação do estabelecimento.