O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 16, ter observado uma nova queda na média móvel de internações diárias por covid-19. Ainda assim, manteve o alerta em relação a possíveis aglomerações provocadas com o carnaval, uma vez que os indicadores costumam piorar nos feriados.
Dados da Fundação Seade apontam que, na comparação entre a última semana (de 6 a 12 de fevereiro) e a que a antecedeu (de 30 de janeiro a 5 de fevereiro), houve 23,2% de diminuição na média de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Estado. O indicador foi de 1.264 internações por dia para 971, seguindo a tendência divulgada na semana passada.
No caso dos novos casos de covid, a queda foi de 4% durante o mesmo intervalo de tempo. O índice caiu de 14.542 para 13.958 diagnósticos positivos diários. A média móvel de mortes, por outro lado, seguiu a direção observada nos indicadores do País e apresentou alta de 11%. Foi de 246 para 272 no mesmo período.
Especialistas apontam que, apesar de os números seguirem altos, a tendência apresentada por parte dos indicadores nos últimos dias aponta que o pico causado pela Ômicron já pode ter passado no País. A alta de mortes por covid, ao mesmo tempo, segue como um ponto de atenção – uma vez que o indicador leva mais tempo a cair.
Segundo o governo paulista, o Estado tem hoje 64,5% de taxa de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTIs). Na Grande São Paulo, o índice está em 62,7%. "No dia 1º de fevereiro, o Estado estava com 73% de ocupação nos leitos de terapia intensiva, enquanto nós tínhamos, na Grande São Paulo, 75% de ocupação", disse o secretário Jean Gorinchteyn.
"Portanto, claramente (houve) uma queda significativa na internação em ocupação dos leitos de UTI", acrescentou. Segundo ele, no dia 1º de fevereiro, o Estado de São Paulo tinha mais de 11,4 mil pacientes hospitalizados, somando-se enfermarias e UTI. Desde então, foi registrada uma diminuição de 3,5 mil pacientes internados.
No Brasil, em um recorte geral, a média móvel de contaminações está em queda há quase duas semanas no País, apontando que o pico de casos de covid acarretado pelo avanço da variante Ômicron, mais transmissível, já pode ter passado. O índice saiu de 188,1 mil, no último dia 3, para 127 mil nesta terça-feira, 15, conforme dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa.
Mesmo com a tendência, o governo de São Paulo segue com o alerta em relação às possíveis aglomerações provocadas no carnaval. "Infelizmente, esse período de feriado sempre tem como consequência uma piora nos indicadores, isso vem acontecendo desde o início da pandemia", disse o médico João Gabbardo, coordenador-executivo do comitê científico que assessora o governo paulista.
Por isso, reforçou Gabbardo, fica o alerta do governo do Estado para que as pessoas tomem um cuidado maior nesse período. "O fato de não ter desfile, de não as festas normais em relação ao carnaval, não retira a responsabilidade das pessoas em diminuir as aglomerações, diminuir o risco de contaminação", apontou.
"A população neste momento tem de avaliar o que ela espera, o que ela quer. (…) É muito provável que, se nós conseguirmos passar bem por esse período, em breve nós poderemos ter algumas iniciativas fazendo com que a gente possa ter uma vida um pouco mais próxima da normalidade. Agora, não existe definição de data. Tudo vai depender da evolução da própria pandemia", concluiu Gabbardo.