A cada edição, a São Paulo Fashion Week define um tema para ser explorado, normalmente, envolvendo as artes, os meios produtivos, contextos sociais e por aí vai. Dessa vez, o mote é político. Paulo Borges, o idealizador do evento, que começa neste domingo, 27, e vai até quinta, 31, decidiu resgatar a campanha Amo Moda Amo Brasil, lançada em 2014, com o objetivo de levantar a bandeira do otimismo.
“Temos que repensar e reformar a política, mas não podemos perder de vista nossa autoestima. É ela que nos faz criar, empreender e transformar projetos em realidade”, diz.
Desta vez, marcas com presença nos shoppings (algumas delas sem representatividade criativa e focadas nas cópias das tendências) dividem o line up com estilistas mais autorais, donos de pequenos negócios. Nomes consagrados como Lenny Niemeyer, Gloria Coelho e Ronaldo Fraga participam do evento, que concentrará a maior parte das apresentações na Bienal do Ibirapuera. Estão programados dois desfiles-performance, um deles patrocinado pela Natura, e o outro inspirado na cultura de tribos aborígines da Oceania, assinado pela estilista brasileira Vanessa Moe, radicada na Austrália. Para a apresentação, contará com a presença de modelos aborígines, complementando a parceria com os artesãos que ajudaram na concepção dos vestidos.
Nos dias 29 e 30, seis empresários que patrocinam o evento farão discursos de até cinco minutos, pouco antes de começar os desfiles, com declarações de fé no Brasil. São eles: Alexandre Birmann, dono da Arezzo, Alexandre Costa, da Cacau Show, Caito Maia, da Chilli Beans, Carlos Jereissati Filho, do grupo Iguatemi, Flávio Rocha, da Riachuelo, e um executivo da Natura, que ainda não foi definido.
Entre as salas de desfiles, desta vez, haverá um palco voltado aos novos nomes da música brasileira. Serão três shows por dia, com duração de 20 a 30 minutos cada um. A curadoria é do DJ Zé Pedro.
Entre os artistas, estão cantoras estilosas como Tássia Reis e a banda As Bahias e a Cozinha Mineira. O palco funcionará como um preview para o Festival SPFW, que deve ser lançado em 2018.
Em uma época de crise econômica e existencial da moda, na qual tudo está em xeque – dos modelos de negócio do varejo tradicional, que encarecem a roupa, aos formatos fechados de desfile -, intensificar as conexões da moda com outras áreas criativas e culturais é mesmo um caminho necessário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.