Após abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência da República pelo Podemos, e enfrentar dificuldades para definir seu futuro político no União Brasil, o ex-juiz Sergio Moro admitiu, nesta quarta-feira, 20, que pode não concorrer a nenhum cargo público nas eleições deste ano.
"Me coloquei numa situação de desprendimento para a união nacional, para vencer extremos. Não está descartada nenhuma situação, posso inclusive não concorrer a nada", disse Moro em entrevista à <i>CNN</i>. "Não vivo da política, estava fora do Brasil e voltei para ajudar na construção de algo que possa vencer extremos políticos", completou.
O ex-juiz também defendeu a pré-candidatura de Luciano Bivar, nome do União Brasil para o Planalto. Declarando que apenas com o seu capital político sua candidatura "não daria certo", o ex-juiz afirmou que procura "ajudar a construir esse centro democrático". Sua saída do Podemos, afirmou, foi um "movimento necessário" para "um projeto político maior".
No União Brasil, o ex-juiz tem um projeto político voltado para São Paulo, segundo a cúpula da legenda. Apesar de sua declaração de que pode não concorrer a nenhum cargo, Moro já começou a disparar contra José Luiz Datena, que deve concorrer ao Senado pelo PSC.
Respondendo às críticas do apresentador, Moro afirmou, no Twitter, que ele tem coragem e posição "ao contrário de você (Datena) que vive em uma bolha de vidro e não sabe se apoia Lula ou Bolsonaro". Em entrevista à <i>Folha de São Paulo</i>, Datena chamou o ex-juiz de "traidor" e afirmou que faz "questão" de derrotá-lo nas urnas.