A corrida por quatro vagas na elite do Brasileirão vai ter sua largada nesta sexta-feira à noite e promete ser a mais forte da história – desde 2006 foi criado o formato de turno e returno e com 20 participantes. Três dos 12 grandes estão na Série B em 2022, Cruzeiro, Grêmio e Vasco, além de outros clubes tradicionais e alguns que prometem surpreender.
Em seu terceiro ano seguido na Série B depois do rebaixamento inédito em 2019, o Cruzeiro promete brigar pelo acesso, diferentemente do que aconteceu em 2020 e 2021, quando realizou campanhas modestas. A compra da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) por parte de Ronaldo Fenômeno acendeu a luz da esperança no clube celeste.
O ex-atacante tem até o dia 18 de abril para assinar o contrato de compra, mas desde o início do ano vem interferindo em decisões tomadas, inclusive, na montagem do elenco e pagando dívidas para fazer com que o clube não receba punições da Fifa, como ocorreu no passado.
Dentro de campo, o uruguaio Paulo Pezzolano realiza bom trabalho e levou o Cruzeiro ao vice-campeonato mineiro, perdendo a final para o rival Atlético. Entre os destaques do time estão o centroavante Edu, artilheiro da última Série B pelo Brusque, e seu companheiro Vitor Roque, promessa celeste.
Quem pode seguir a mesma linha é o Vasco, que no final de janeiro chegou a um acordo com a 777 Partners – dona do Genoa-ITA e de uma parte minoritária do Sevilla-ESP – para venda da SAF, com investimento previsto de R$ 700 milhões. Mas falta ainda a aprovação de sócios e conselheiros do clube para que o negócio seja fechado.
Bem por isso as contratações feitas até aqui depois de um Campeonato Carioca apenas regular são modestas, como o lateral-direito Gabriel Dias (ex-Cruzeiro e Fortaleza) e os atacantes Carlos Palacios (ex-Internacional), Zé Vitor (ex-Marcílio Dias-SC) e Erick (ex-Ypiranga-RS).
Rebaixado no Brasileirão do ano passado, o Grêmio é outro candidato ao acesso e mostrou isso dentro de campo neste início de 2022. Comandado por Roger Machado e com uma mescla interessante entre experiência e juventude, o tricolor gaúcho conquistou o título estadual sobre o Ypiranga no último final de semana depois de ter eliminado o rival Internacional na semifinal.
Outros clubes tradicionais entram com o objetivo de conquistar o acesso. Adversário do Cruzeiro na estreia, o Bahia volta a disputar a Série B depois de cinco anos na elite nacional. O tricolor baiano foi campeão nacional em 1988, além de ter reconhecido pela CBF como campeão de 1959.
Outro campeão rebaixado, o Sport (1987), no polêmico campeonato dos módulos verde e amarelo, também voltou da elite e promete dar trabalho na Série B. Mas precisa se reforçar. Apesar dos problemas financeiros, o Sport vem de uma boa campanha na Copa do Nordeste, quando perdeu a final para o Fortaleza em dois jogos equilibrados. O Náutico também necessita de reforços, mas chega confiante.
O futebol paulista será representado por quatro clubes e o Guarani é a grande esperança de acesso, principalmente pela manutenção do trabalho de Daniel Paulista, que está no cargo desde maio de 2021. Após caírem para a Série A2 estadual neste início de ano, Ponte Preta e Novorizontino, que veio da Série C, tentam evitar um novo rebaixamento. O mesmo vale para o Ituano, campeão da Série C ano passado, que volta a disputar a Série B do Brasileiro depois de 14 anos e planeja consolidar esta condição.
Entre os catarinenses, o Brusque, campeão estadual, tenta se firmar, enquanto Chapecoense, rebaixada como lanterna da Série A, e Criciúma passam por reformulações. A dupla alagoana – CSA e CRB – sempre sonha em beliscar uma vaga. Operário-PR e Londrina quase caíram em 2021 e querem melhorar. Vila Nova-GO, Sampaio Corrêa, além do novato Tombense-MG, miram boas campanhas e não admitem a queda para a Série C, determinado para os quatro piores times.