A Suíça é a primeira seleção classificada às quartas de final da Eurocopa, igualando a sua melhor marca no torneio. Neste sábado, derrotou a Itália por 2 a 0, no estádio Olímpico de Berlim, e quebrou um tabu de 31 anos sem vencer o rival. A última vez havia sido em 1993, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Na ocasião, levou por 1 a 0.
Desde então, as seleções se enfrentaram em 11 oportunidades, com cinco vitórias da Itália e seis empates. O triunfo também motiva a Suíça a quebrar outro tabu. A seleção nunca chegou às semifinais da Eurocopa. Mas, para isso, terá que superar o vencedor de Inglaterra e Eslováquia, que se enfrentam neste domingo, em Gelsenkirchen. Em 2020, caiu para a Espanha nas quartas de final.
Já a Itália ficou longe de repetir as boas exibições que lhe garantiram o título da última edição do torneio. Nem os bons fluídos do estádio Olímpico de Berlim, onde foi campeã mundial em 2006, foram suficientes para que pudesse, ao menos, ameaçar a Suíça. Um dos destaques daquele ano, o ex-zagueiro Marco Materazzi foi visto na arquibancada totalmente desiludido. A equipe italiana se despede com apenas uma vitória, na estreia, sobre a Albânia por 2 a 1.
Invicta no ano, a seleção da Suíça mostrou toda sua solidez defensiva no primeiro tempo e dominou a Itália, que em vários momentos pareceu entrar na roda. Diferente do que era esperado, os suíços não ficaram apenas na defesa, criaram várias oportunidades e só não foram com um placar elástico para o intervalo, pois o goleiro Donarumma apareceu como um dos principais destaques dos primeiros 45 minutos.
A primeira grande defesa do goleiro foi aos 23, quando viu Embolo invadir a área sozinho. O camisa 7 bateu chapado e viu Donnarumma fazer um milagre. A superioridade da Suíça, que já era evidente, foi ainda maior na parte final, tanto que os jogadores resolveram arriscar de qualquer lugar. De longe, Ricardo Rodríguez mandou perto do gol.
A Itália conseguiu segurar o rival até os 36, quando Ndoye apareceu pelo meio e acionou Vargas na esquerda. Ele mandou para o miolo da área e achou Freuler, que dominou com a direita e acertou um bonito chute de esquerda para tirar o zero do placar. O segundo da Suíça só não saiu aos 45, pois a falta de Rieder foi defendida por Donnarumma e carimbou a trave.
No segundo tempo, o técnico Luciano Spalletti tentou dar um novo ânimo à seleção italiana ao colocar Zaccagni em campo. Mas nem deu tempo para se adaptar à mudança. Assim que a bola rolou, a Suíça se aproveitou de um erro de passe do adversário na saída de bola para trocar passes até chegar em Vargas. De fora da área, ele chutou com capricho e mandou no ângulo para fazer 2 a 0.
A Itália tentou dar uma resposta rápida para voltar ao jogo em um cruzamento de Fagioli. Schär tentou cortar e quase fez contra – a bola acertou a trave. O lance desmotivou ainda mais os italianos, que novamente foram envolvidos pela Suíça, que foi se acomodando com o passar do tempo.
Com o apoio dos torcedores presentes no Olímpico de Berlim, a Itália "acordou" na reta final e chegou a mandar mais uma bola na trave. Aos 28, em nova bola levantada para dentro da área, Zaccagni desviou e Scamacca mandou no poste. A Suíça, no entanto, parecia ameaçar quando queria. Aos 37, Xhaka deu um belo passe para Zuber, que chutou cruzado, com muito perigo.
Em vantagem, a Suíça recuou e passou a chamar a Itália para o seu campo de defesa, deixando ainda menos espaço para o adversário criar. Com pouca criatividade, a seleção italiana não conseguiu impedir a derrota e acabou caindo nas oitavas de final da Eurocopa.